Alvaro Dias considera grave China não dar visto a representante do governo brasileiro



O fato de o governo chinês ter se recusado a conceder visto para o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Massao Tadano, embarcar para Pequim e tentar resolver o impasse do embargo da China à soja brasileira foi considerada grave pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) em discurso nesta quarta-feira (16). Para ele, foram tímidas as ações do Itamaraty para solucionar o problema.

Segundo o parlamentar, a falta de ação do governo foi abordada brilhantemente pelo jornalista Elio Gaspari, que a definiu como a -paralisia da fofoca e da intriga-. Para o senador, esse diagnóstico foi feito em um momento importante, porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto divulga o sucesso da viagem à China, enfrenta o problema do embargo a um produto brasileiro sem apresentar soluções.

Alvaro Dias observou que o volume de soja rejeitada pela China sob a alegação de que as cargas estariam contaminadas com sementes tratadas com fungicidas chega a 359 mil toneladas, causando ao Brasil um prejuízo em cerca de US$ 1 bilhão.

Mínimo

O senador comentou ainda afirmação do colunista Ricardo Boechat, do Jornal do Brasil, insinuando que o Brasil atrasou o pagamento da segunda parcela do novo avião presidencial, no valor de R$ 48 milhões, porque o governo precisou usar os recursos em -emergências- como a liberação de verbas para emendas orçamentárias de deputados que apoiaram a medida provisória que fixou o valor do salário mínimo em R$ 260. Alvaro Dias lamentou que o governo tenha lançado mão dessa estratégia para mudar a opinião de parlamentares e disse que a notícia do jornalista é -mais uma denúncia que se faz sobre o relacionamento promíscuo do governo com o Congresso-.

Os senadores José Jorge (PFL-PE) e Mão Santa (PMDB-PI) contribuíram com o debate a respeito do reajuste do salário mínimo e o senador José Maranhão (PMDB-PB) disse que o episódio da China revela mais um erro de uma política econômica que desprotege os produtos nacionais.



16/06/2004

Agência Senado


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