Alvaro Dias: crescimento econômico não pode ser atribuído às ações do governo Lula



O empenho do governo Luiz Inácio Lula da Silva em creditar a suas ações os bons resultados obtidos pela economia brasileira foi criticado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR) nesta quinta-feira (19). Conforme observou, a administração petista dispõe de um sistema de comunicação organizado “de forma excepcional” para atribuir ao governo federal feitos que a ele não pertenceriam.

- O governo pode comemorar os resultados da economia, já que há crescimento, mas essa divulgação extrapola os limites da normalidade – afirmou. Na sua opinião, o poder público só pode ser considerado indutor do crescimento quando aciona certos instrumentos de aquecimento da economia, a exemplo da política tributária, de juros e investimentos.

Após analisar iniciativas da gestão Lula nessas áreas, Alvaro Dias concluiu que não é possível reconhecer seu mérito na indução do crescimento econômico atual. Na área tributária, o senador tucano assinalou que, em vez de reduzir, o governo federal confrontou o setor produtivo nacional com um aumento dos tributos. Quanto aos investimentos públicos, teriam sofrido redução de R$ 14,6 bilhões em 2001 para R$ 6,5 bilhões em 2003, segundo dados da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústria de Base.

Suas críticas também foram dirigidas à taxa de juros Selic, que há quatro meses é mantida em 16%. De acordo com o parlamentar, entidades representativas do setor produtivo nacional, como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), já teriam advertido para a possibilidade de elevação dos juros nos próximos meses. As próprias atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) também confirmariam essa tendência.

- Esses temores e alertas das entidades não são infundados e substituem o ufanismo governamental pelo realismo – atestou. Para Alvaro Dias, o governo só terá condições de avocar para si a participação no desenvolvimento econômico do país se adotar uma política de flexibilização fiscal e monetária e se retomar uma linha de investimentos públicos da ordem de R$ 20 bilhões ao ano.



19/08/2004

Agência Senado


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