Alvaro Dias critica declarações de Lula e Dirceu



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou nesta quinta-feira (18) as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, sobre a oposição.

- Mais incompetente do que a gestão administrativa do atual governo é o seu discurso. Não pela pobreza da forma, mas pela mediocridade do conteúdo - afirmou.

Para o senador, Lula cometeu injustiça ao dizer, na quarta-feira (17), que a oposição torce para o governo dar errado. Alvaro lembrou que o uso do cachimbo faz a boca torta. "Como não governa, o presidente Lula faz oposição à oposição", comentou.

Ele ainda assinalou que se a oposição fosse oportunista, poderia incompatibilizar de forma irreversível o governo com a sociedade brasileira, mas, ao contrário, dividiu o ônus da aprovação das reformas tributária e previdenciária.

- O que desestabiliza o governo é a sua incompetência e o seu autoritarismo. O que pode desestabilizar o governo é a corrupção, é o fisiologismo, a composição de quadros federais de forma escusa, o loteamento de setores a este ou aquele visando favores como retribuição - afirmou.

Alvaro Dias disse ter estranhado as manchetes dos jornais que classificam o discurso feito na quarta pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como uma defesa da política econômica do governo. "Não foi o que ouvi. Foi um discurso crítico", afirmou, destacando que a nota do PT foi mais crítica do que o discurso de Jereissati; que o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), pediu a demissão do ministro da Fazenda; e que o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), acusou o ministro Antonio Palocci de ser um ladrão por ter roubado a Prefeitura de Ribeirão Preto, além de ter afirmado à imprensa argentina que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, é pago pela Monsanto, empresa produtora de sementes transgênicas.

- Não vi nenhuma manifestação do governo em defesa dos seus ministros. Quem tem essa base de apoio, não precisa de oposição - frisou.

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse em aparte que há um consenso no Senado de que o país não retomará o crescimento se não reduzir mais a taxa de juros. O senador Leonel Pavan (PSDB-SC) afirmou ter a sensação de que "as coisas estão desandando", ao ver greves por todo lado e a manifestação dos prefeitos em Brasília. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por sua vez, ressaltou a assinatura de um acordo de cooperação entre o Brasil e a Argentina para tentar persuadir o Fundo Monetário Internacional (FMI) a considerar como investimentos os gastos com obras de infra-estrutura, em vez de considerá-los como despesas.



18/03/2004

Agência Senado


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