Álvaro Dias denuncia articulação de "cartolas"



O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Futebol Brasileiro, senador Álvaro Dias (PDT-PR), denunciou uma articulação de bastidores promovida por dirigentes de futebol para influenciar senadores a não aprovarem o relatório final da CPI, que será apresentado na próxima terça-feira.

- É incrível que alguns cartolas ainda imaginem poder corromper senadores, cooptando-os para sepultar um relatório sério e impecável como o do senador Geraldo Althoff (PFL-SC) - afirmou Dias.

Segundo Álvaro Dias, a maneira "ardilosa" de influenciar senadores é a mesma de sempre: lembrar que as eleições estão próximas, e que eles, os cartolas, podem financiar campanhas. "Aliás, a Confederação Brasileira de Futebol se especializou, nos últimos tempos, em dar dinheiro para campanhas eleitorais elegendo simpatizantes e até pessoas ligadas diretamente aos clubes de futebol", observou. O presidente da CPI lembrou que os senadores foram implacáveis com seus próprios pares e "certamente não se deixarão atingir por uma cooptação imoral que agride as pessoas de bem".

- Eles terão a resposta negativa que merecem e o Senado dirá ao país que nem tudo está perdido, ao aprovar, com ampla maioria, na próxima terça-feira, o relatório de Althoff - garantiu Álvaro Dias.

O senador afirmou que a CPI identificou, claramente em suas investigações crimes como evasão de divisas, falsidade ideológica, elisão fiscal, irregularidades fiscais, tributárias e até eleitorais. Segundo ele, a desorganização na Confederação Nacional de Futebol e nas Federações estaduais é grande e intencional, porque torna possível a impunidade.

- A população brasileira talvez esteja esperando ver cartolas sendo algemados e encarcerados. Isso não vai acontecer, mas vamos dar ao Ministério Público e ao Poder Judiciário todos os fatos de que precisam para decidir por uma punição rigorosa e exemplar. Posso afirmar que o futebol nunca mais será o mesmo pois vamos propor uma legislação adequada e rígida - prometeu Dias.




29/11/2001

Agência Senado


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