Alvaro Dias diz que LRF é 'herança bendita' do governo de Fernando Henrique Cardoso



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) apontou o estabelecimento de mecanismos rigorosos de controle do endividamento, que pôs fim ao desequilíbrio orçamentário dos entes públicos, como o principal ganho obtido com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O senador, que relatou a matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) à época, lembrou que antes da LRF os gastos excessivos e sem planejamento, passados de um governo para o seguinte, eram uma regra no Brasil.

Durante a homenagem aos dez anos da Lei Complementar 101/2000, nesta quarta-feira (5), Alvaro Dias destacou, entre os méritos da LRF, a responsabilidade na gestão fiscal, que tem como pressuposto a ação planejada e transparente, voltada para a prevenção de riscos e desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas. Isso pode ser feito, disse o senador, por meio do cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições para endividamento.

O senador considera um avanço o saneamento das finanças da União, estados e municípios e a realização de um ajuste fiscal definitivo que auxilia o governo a administrar os recursos e o patrimônio público "de forma transparente e sem artifícios". Além disso, observou, a lei vedou de forma clara a possibilidade de o gestor sair deixando restos a pagar para seu sucessor, o que gerava inúmeras crises fiscais e corrupção nas três esferas governamentais.

- É preciso reconhecer que a LRF é um marco na história da administração pública no Brasil e uma herança bendita do governo Fernando Henrique - afirmou.

Alvaro Dias criticou o PT por ter se manifestado contrário à aprovação da LRF quando era oposição, tentando derrubá-la no Congresso e, depois, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei recém-aprovada. No entanto, observou, atualmente o governo "não ousa negar" a importância da LRF para a reestruturação das contas públicas.

Endividamento atual

Apesar de todos esses benefícios, Alvaro Dias alertou para o crescente aumento da dívida mobiliária que em 2009 atingiu o montante de R$ 1,497 trilhão; da dívida líquida do setor público, atualmente em 42,4% do PIB; e da dívida pública bruta, que, segundo ele, no total, já ultrapassa R$ 2 trilhões, "e vem crescendo com grande rapidez e apontando o alerta de sinal amarelo". Isso sem falar, alertou, para a existência de uma dívida pública paralela que, explicou, consiste na oferta de títulos ao mercado para enxugar a liquidez com o compromisso de recompra em prazo certo e sua substituição por títulos pré-fixados. Essas operações, que chamou de "atípicas", movimentaram um total de R$ 500 bilhões em 2009.

- É uma assombrosa dívida publica paralela com roupagem de fantasma, que vem tendo presença não contabilizada pelo Tesouro Nacional - criticou.

Proposta em exame na CAE

Alvaro Dias lembrou que o governo apresentou três propostas, em exame na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que modificam a LRF em busca de uma "gestão de resultados". A fusão de dois projetos resultou no substitutivo de Tasso Jereissati (PSDB-CE) que, segundo Alvaro Dias, tem o apoio do Ministério da Fazenda e estabelece regras que regulamentam e harmonizam a preparação e a execução do orçamento do Executivo em todos os entes da federação e, ao mesmo tempo, vinculam o processo à melhora de indicadores.



05/05/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


MP rejeitada foi a segunda do governo Fernando Henrique Cardoso

Gilvam destaca realizações do governo de Fernando Henrique Cardoso

Jucá destaca livro com conquistas do governo Fernando Henrique Cardoso

Alvaro Dias elogia investigações da PF sobre o dossiê contra Fernando Henrique

Álvaro Dias diz que Fernando Henrique tem sido tímido na luta por mercado externo

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO TOMARÁ POSSE ÀS 17H DO DIA 1º