Alvaro Dias diz que Lula debochou da crise, mas está sendo obrigado a repetir o Proer



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse nesta terça-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos mais fervorosos críticos do Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), executado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas, agora, está sendo obrigado a criar o seu próprio Proer para enfrentar a crise internacional do sistema financeiro.

O senador lembrou que, na segunda-feira (6), o presidente Lula foi obrigado a editar um "pacote" na forma de medida provisória, dando poderes ao Banco Central para assegurar crédito aos exportadores e evitar a quebra de bancos de pequeno e médio porte, que há cerca de dez dias tem tido dificuldade em captar dinheiro devido à crise.

- No primeiro momento, o presidente Lula tentou descolar o Brasil da crise internacional, como se isso fosse possível. Ele até debochava da crise, imaginando que o Brasil estava descolado do planeta. O presidente Lula recuou e agora diz que a gravidade da crise tem de ser mostrada à população. A oposição também entende que o governo precisa ser transparente e oferecer respostas às indagações resultantes da preocupação nacional. Cabe ao presidente Lula se dirigir à Nação para mostrar os contornos da crise - afirmou.

Alvaro Dias também citou previsões e análises que indicam bolhas em outras áreas da economia, como a do agraciado com o Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, que alertou para a possibilidade de uma bolha na agricultura brasileira, onde um número expressivo de investidores colocou dinheiro fugindo do dólar. Segundo o economista, a crise impacta diretamente os créditos e os investimentos, sendo que as dívidas contraídas podem gerar sérios problemas, além da possibilidade da queda dos preços das commodities.

O senador Gilberto Goellner (DEM-MT) disse, em aparte, que a situação no campo é caótica. Ele afirmou que a safra primavera-verão está ameaçada e que há necessidade grande de créditos suplementares, pois as empresas não estão comprando a produção. Goellner defendeu a suspensão de pagamentos dos agricultores para irrigar o sistema e dar condição para o plantio da próxima safra.



07/10/2008

Agência Senado


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