ÁLVARO DIAS É ELEITO PRESIDENTE DA CPI DO FUTEBOL E CONVOCA LUXEMBURGO PARA DEPOR
No início da reunião, o presidente da maior bancada do Senado, o PMDB, Jáder Barbalho, informou que o partido abriu mão da presidência da comissão por entender que Álvaro Dias merecia dirigir os trabalhos, já que foi o autor do requerimento de criação da CPI e sempre lutou para que ela fosse instalada. A vice-presidência ficou com o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) e a relatoria com Geraldo Althoff (PFL-SC).
O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) sugeriu que os depoimentos de Luxemburgo e de Renata ocorram no mesmo dia para que possa haver uma acareação entre eles. Suplente na comissão, Arruda adiantou que apresentará requerimento convocando o médico que serviu à Seleção na Copa de 1998, o respectivo chefe da delegação e o jogador Ronaldinho. Ele acha que a convulsão do atleta, divulgada pela comissão técnica da seleção no dia da final contra a França, ainda não está esclarecida. O senador pelo Distrito Federal também levantou suspeitas sobre o que chamou de "interesses comerciais" que envolveram a CBF na Copa da França.
- É preciso saber se grandes empresas multinacionais tiveram interesse na vitória da França sobre a Seleção Brasileira na Copa de 98. Afinal de contas, aquela Seleção era da Nike ou era do Brasil? - indagou José Roberto Arruda.
O senador também sugeriu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de todos os membros do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Ele disse que há fortes indícios de que membros do STJD obtiveram vantagens financeiras de cartolas para beneficiar clubes de futebol. Ele criticou ainda a arbitragem brasileira que, a seu ver, beneficia os grandes clubes em detrimento dos pequenos. Sobre os dirigentes do futebol, Arruda arrematou: "O futebol brasileiro tem a pior classe de dirigentes. A maracutaia corre solta e está prevalecendo sobre o real interesse do esporte".
19/10/2000
Agência Senado
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