Alvaro Dias elogia Polícia Federal, mas condena uso eleitoral do trabalho da instituição
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) condenou um eventual aproveitamento eleitoral das ações da Polícia Federal (PF) pelo atual governo. Mas o parlamentar, após revelar sua admiração pelo trabalho do órgão, considerou a ação rigorosa da PF indispensável para alimentar a idéia de que a impunidade pode ser combatida no país.
- É preciso dizer que há um esforço incrível de alguns setores do governo para aproveitar eleitoralmente a ação da Polícia Federal. Isso queremos condenar. Aplaudimos a Polícia Federal, mas condenamos a atitude daqueles que desejam explorar eleitoralmente o resultado desse trabalho - disse o senador, em discurso nesta segunda-feira (4),
Alvaro Dias também observou que "a Polícia Federal não tem partido".
- Não importa se o presidente da República é Fernando Henrique Cardoso, se o presidente da República é Luiz Inácio Lula da Silva, a Polícia Federal mantém a sua tradição de combater implacavelmente o crime e a corrupção. Portanto, essa ação competente não é sentença judicial de absolvição para quem eventualmente tenha praticado atos de corrupção no governo Lula - afirmou.
Se o índice de corrupção no Brasil fosse igual ao da Dinamarca, afirma Alvaro Dias, com base em dados da organização não-governamental Transparência Internacional, a renda per capita no país seria 70% maior. Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) cobrou um posicionamento do Judiciário sobre os episódios de corrupção investigados pela CPI dos Correios e já denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Investimentos
Alvaro Dias também lamentou a redução dos investimentos públicos e o aumento da relação carga tributária/ Produto Interno Bruto (PIB) no atual governo. Enquanto a carga tributária no país chega a quase 40% do PIB, na China, economia emergente como a brasileira, esse comprometimento estaria em 16%. Em 2005, os investimentos em infra-estrutura teriam ficado limitados a R$ 3 bilhões.
- Se continuar assim, o país vai chegar a um apagão logístico no médio e longo prazos - advertiu.
04/09/2006
Agência Senado
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