Alvaro Dias faz novas críticas à diplomacia brasileira no governo Lula




Matéria retificada em 11/03/2011 às 10h54

Em mais um discurso em que lança duras críticas ao governo Lula, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou a diplomacia brasileira durante seus dois mandatos por ter flertado com regimes ditatoriais e submetido o contribuinte a volumosos gastos com a abertura de embaixadas e consulados em países na África, Ásia e no Caribe sem a necessária contrapartida econômica e a existência de brasileiros em número suficiente que justificasse tal posicionamento.

Segundo Alvaro Dias, por trás dessas decisões diplomáticas estaria o desejo do governo brasileiro de obter assento no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

-Foram abertas embaixadas em países que desrespeitam flagrantemente os direitos humanos e desprezam os valores democráticos. Isso é mais grave. Em nome do Brasil, país de tradições democráticas, homenageia-se países que desrespeitam os direitos humanos e desprezam os valores democráticos: Coréia do Norte, Sudão, Guiné Equatorial, entre outros - disse.

Entre os diversos equívocos cometidos pelo Itamaraty, Alvaro Dias citou o apoio ao neonazista egípcio Farouk Osni para ocupar vaga de diretor-geral da Unesco, em 2009, em vez de apoiar o brasileiro Mário de Almeida.

Da mesma forma, exemplificou o Brasil, disse o senador, fracassou em sua indicação do ex-ministro da Fazenda João Sayad para a presidência do Banco Interamericano em 2010, quando foi eleito o embaixador da Colômbia nos Estados Unidos, Luis Alberto Moreno.

- Proponho esta reflexão para imaginar quanto custa ao contribuinte a irresponsabilidade do governo brasileiro em matéria de política diplomática - insistiu.

Alvaro Dias reforçou seu argumento com números divulgados pelo site Contas Abertas segundo os quais os gastos do Itamaraty com abertura de embaixadas e consulados subiram de R$ 173,2 milhões em 2009 para R$ 201,2 milhões em 2010. Ainda de acordo com o site, foram despendidos R$ 3,3 bilhões em passagens aéreas no primeiro bimestre de 2010, valor que subiu para R$ 5,2 bilhões no mesmo período de 2011, portanto, no governo Dilma.

Diversificação das exportações

Contrapondo-se ao argumento de Alvaro Dias, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em aparte, disse que o volume de exportações brasileiras cresceu e diversificou-se no governo Lula, nada tendo a ver com o interesse brasileiro de conquistar assento no Conselho de Segurança da ONU. A Ásia hoje, enfatizou, passou a ser o principal comprador do Brasil, com aumento nas vendas de 38,9% em 2010.



10/03/2011

Agência Senado


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