Alvaro Dias tece críticas à condução do governo Lula
As realizações do governo Luiz Inácio Lula da Silva, ou a ausência delas, foram objeto de análise em Plenário, nesta terça-feira (2), do senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Não bastasse o -espetáculo do crescimento-, anunciado há cinco meses pelo presidente Lula, ter sido adiado para 2004, o parlamentar queixou-se da falta de uma política industrial e habitacional, da taxa de juros em vigor, do aumento do desemprego, da queda da renda do trabalhador e dos diagnósticos equivocados traçados sobre a realidade do país. - Para infortúnio dos brasileiros, estamos vendo o espetáculo do crescimento ocorrendo às avessas - afirmou. Alvaro Dias advertiu ainda que se o atual governo não invocar -a razão, o equilíbrio e a prudência-, além de procurar atrair investimentos, reduzir a taxa de juros e delinear uma política industrial, em vez do espetáculo do crescimento o país vai assistir, no máximo, -a uma ópera bufa-. As críticas do senador tucano também se dirigiram às relações da administração petista com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Além de achar difícil a compatibilização da meta de superávit primário com o crescimento econômico anunciado pelo governo, Alvaro Dias alerta que, se o processo for conduzido para atender aos interesses do fundo, pode aprofundar a crise social do país. - O FMI asfixia a economia da nação - disse, informando que o desemprego cresceu 21,7% nos primeiros oito meses de 2003, o PIB recuou 10,9% no terceiro trimestre do ano e a renda real do trabalhador já caiu de 15,2%. Embora o discurso do governo seja otimista em relação à recuperação da economia brasileira, esse sentimento não contagiaria a população, segundo observou. O senador pelo Paraná também afirmou que a imagem do Brasil no exterior começa a ficar comprometida pela contradição entre o que Lula anuncia e o que ocorre na economia nacional.
Em aparte, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) assumiu a defesa do governo, creditando à falta de recursos o atraso na retomada do desenvolvimento econômico.
02/12/2003
Agência Senado
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