Alvaro Dias manifesta descrença com CPI dos Cartões



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) manifestou descrença com os resultados a serem obtidos com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar o uso de cartões corporativos pelo governo, a chamada CPI Mista dos Cartões. Ele manifestou contrariedade com a divulgação, pela imprensa, de um acordo entre governo e oposição para evitar determinadas investigações.

- Essa palavra deve ser exorcizada do vocabulário parlamentar, já que todas as vezes em que se falou nela o que houve foi frustração e decepção. Passa a idéia de um acordo espúrio, de um conluio entre governo e oposição. O governo tem dois terços da composição da CPI e aprovará o que bem entender. Não podemos assegurar que o relatório final venha a fazer que população tenha esperança da prevalência da Justiça - afirmou, em pronunciamento nesta segunda-feira (3).

Alvaro Dias mostrou-se estarrecido com a denúncia pela imprensa, nesta semana, de que um servidor da Casa Civil da Presidência da República usou o cartão corporativo para contratar 20 bailarinas.

- Nunca imaginei que pudesse qualquer servidor de confiança usar um cartão corporativo, sacando dinheiro público, para contratar bailarinas. O que ele fez com bailarinas não importa, mas importa muito o que ele fez com o dinheiro público - afirmou.

Alvaro Dias lembrou que o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) solicitou a apuração da compra de um relógio suíço em Nova York com cartão corporativo, mas lembrou que, nesse caso, ao contrário da contratação das bailarinas, não foi apresentado documento comprobatório.

ONGs

O senador disse também que outra CPI - a que investiga as ações das organizações não governamentais (ONGs) - terá um "momento decisivo" na audiência, nesta terça-feira (4), quando prestará depoimento o reitor da Universidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, e representantes da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), ligada à UnB.

Alvaro Dias lembrou o "exemplo emblemático" dos R$ 470 mil aplicados na decoração do apartamento do reitor.

- Provoca revolta porque a educação é um setor fundamental para o país e não se dedica a ela os recursos de que se necessita - lamentou, lembrando que o Ministério Público "concluiu que beneficiados da Finatec utilizavam a fundação para celebrarem convênios com prefeituras e governos petistas em todo o país".

Guerra

Alvaro Dias ainda criticou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por ordenar o envio de dez batalhões para zona de fronteira com a Colômbia, agravando ainda mais as já tensas relações daquele país com o governo equatoriano, após a operação militar que resultou na morte, em território do Equador, do líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Raul Reyes. Ele disse que Chávez acusa os Estados Unidos de afrontar a soberania dos povos, mas faz exatamente o que condena.



03/03/2008

Agência Senado


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