Alvaro Dias: próximo governo terá de enfrentar cargas tributária e burocrática



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) declarou em Plenário, nesta quarta-feira (11), que o governo a ser eleito no próximo dia 29 terá de "transpor dois grandes obstáculos para permitir que o Brasil retome a trajetória de uma Nação emergente viável: a carga tributária e o peso da 'carga burocrática'".

Alvaro Dias ressaltou que a carga tributária do país está próxima de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), "uma das mais pesadas do planeta". Quanto à "carga burocrática", ele citou o advogado tributarista Ives Gandra da Silva Martins ao afirmar que "as esclerosadas estruturas burocráticas, multiplicadas por mais de 5.500 entidades federativas - União, estados, Distrito Federal e municípios -, sugam os recursos nacionais".

Para demonstrar a estagnação da economia brasileira, o senador comparou o crescimento do país no ano passado - 2,3% do PIB, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - com o de outros países latino-americanos. Lembrou que, em 2005, a Venezuela cresceu 9% e a Argentina mais de 8%, enquanto Chile, Peru e Uruguai registraram expansão de cerca de 6%. A média de crescimento da América do Sul, destacou Alvaro Dias, foi de 5% no ano passado; a da América Latina, de 4,3%.

- Só libertaremos o Brasil de suas estruturas caducas com as reformas (...) tantas vezes enumeradas por todos quantos disputam a Presidência da República - disse ele.

O senador enfatizou que "a reforma política é a matriz das demais reformas, sobretudo porque necessitamos de instrumentos capazes de desestimular a corrupção que começa na campanha eleitoral e ganha dimensão na execução dos mandatos obtidos por meio do voto, muitas vezes a um preço elevado".

Críticas a Lula

Alvaro Dias criticou ainda, em seu discurso, a afirmação - que teria sido feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva - de que o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, promoverá a privatização do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobrás, caso seja eleito.

- Alckmin já respondeu com contundência de que não há hipótese de que isso ocorra - disse o parlamentar.



11/10/2006

Agência Senado


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