ÁLVARO DIAS QUER 22% DOS RECURSOS DO BNDES PARA AGROINDÚSTRIA



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) defendeu a aprovação de projeto que prevê a destinação de 22% do total de recursos gerenciados pelos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao setor da agroindústria. Aprovado pelas comissões de assuntos econômicos e sociais (CAE e CAS), o projeto deverá ser submetido à apreciação do plenário, em função de pedido apresentado pelo líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF).
No ano passado, informou o Dias, de um total de 20 bilhões em recursos para financiamento de atividades empresariais, o BNDES destinou 45% para o setor industrial, 39% para infra-estrutura, 7% para agropecuária, 7% para comércio e serviços e apenas 2% para educação e saúde. O mais grave é que os sete maiores financiamentos foram para grandes empresas estrangeiras, em contraste com recentes declarações do presidente do banco, Andrea Calabi, de que será mudada a direção de suas aplicações.
O senador listou as seguintes empresas que, em 1999, receberam cerca de 10% dos empréstimos do BNDES: Tele Centro Sul e Fundo Citibank (R$ 424 milhões), Consórcio Telemar (R$ 400 milhões), AES (empresa americana que comprou parte da Companhia de Energia de São Paulo - R$ 360 milhões), Volkswagen (R$ 294 milhões), Telesp Celular (R$ 250 milhões), Light (R$ 190 milhões) e Fiat (R$ 180 milhões). Enquanto o BNDES destinava os R$ 360 milhões para a AES, o plenário do Senado aprovava autorização para que o governo de Roraima captasse recursos junto ao sistema financeiro internacional para aplicar no sistema de distribuição de energia elétrica, apontou Álvaro Dias, definindo o fato como um contrasenso. "Para estrangeiros, juros subsidiados; para nacionais, aumento da dívida pública", afirmou.
O argumento do BNDES para tais concessões é o de que a maioria dos projetos nacionais a ele encaminhados não se enquadram nos programas adotados pelo banco. "Creio que aí há uma inversão; cabe ao BNDES adaptar-se à realidade econômica do país para atender a projetos compatíveis com a realidade", enfatizou o senador.

03/02/2000

Agência Senado


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