ÁLVARO DIAS QUER EVITAR PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS



O anúncio de que o governo pretende vender até junho ações preferenciais e ações excedentes ao controle acionário da Petrobrás pela União, avaliadas em R$ 2,3 bilhões, foi criticado nesta quinta-feira (dia 9) em plenário pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que manifestou o temor de que essa iniciativa permita de fato a privatização da empresa. O pronunciamento de Álvaro repercutiu em plenário, motivando apartes dos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Amir Lando (PMDB-RO), Jefferson Péres (PDT-AM) e Ney Suassuna (PMDB-PB).
Álvaro lembrou ter apresentado no início do ano projeto que impede a privatização da Petrobrás, assim como já ocorre em relação ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica Federal e a empresas públicas ou sociedades de economia mista que exerçam atividades de competência exclusiva da União. Ele pediu o apoio dos senadores à proposta.
Observando que a justificativa dada pelo governo para as privatizações em geral é de que o Estado não tem condições de financiar a expansão e a modernização das empresas, Álvaro ressalta que a Petrobrás não precisa ser privatizada já que a própria Lei nº 9.491, que dispõe sobre os procedimentos do Programa Nacional de Desestatização, prevê a formação de consórcios com empresas nacionais ou estrangeiras com o objetivo de ampliar atividades.
Ao insistir em que a venda de ações da Petrobrás poderá dar início a um processo de transferência da empresa para o setor privado com conseqüências imprevisíveis para a economia brasileira, Álvaro ressalvou que tem adotado posição crítica em relação a muitas iniciativas do governo federal sempre visando ajudar o país. "Queremos o bem do governo e o sucesso do presidente da República", afirmou.

09/12/1999

Agência Senado


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