Alvaro Dias quer que governo admita a realidade sobre a dívida pública e critica gigantismo da máquina




O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) criticou, em discurso nesta segunda-feira (22), "o gigantismo da máquina pública" com a expansão de ministérios, autarquias, fundações e outras instâncias da administração pública nos dois períodos do governo Lula. Ele Também manifestou a sua expectativa de que, passada a campanha eleitoral, o governo deixe a "mágica dos números manipulados" e admita a possibilidade de a dívida pública interna ser superior a R$ 2 bilhões, conforme avaliam especialistas do setor.

- O triunfalismo presidencial, incorporado pela propaganda oficial do governo para transmitir a magia articulada das falas presidenciais, deve dar lugar à realidade das contas públicas. A população precisa conhecer a verdadeira situação do país. O palanque para apresentação de sua candidata faz parte do passado - disse.

Alvaro Dias reclamou do silêncio governamental sobre o "inchaço" da máquina pública que, segundo informações da imprensa, pode tornar-se ainda maior para acomodar aliados políticos. Na avaliação do senador, esse gigantismo criou superposição de ações - fato responsável, segundo ele, pelo crescimento das despesas correntes e consequente acúmulo do déficit fiscal.

Dilema: investir ou cobrir débitos

O governo de Dilma Rousseff, disse o senador, terá pela frente o dilema de administrar os débitos pendentes que somam 47% do Produto Interno Bruto (PIB) - entre investimentos em obras, contratações temporárias, material de consumo e outros ou aplicar os recursos em investimentos.

- Perdeu-se o controle da administração. Não há governo; há desgoverno. Isso porque a máquina pública inchou de forma avassaladora - afirmou.

Para fundamentar seu argumento, o parlamentar informou que as despesas correntes teriam crescido de R$ 12 bilhões em 2003 para 102,2 bilhões em 2009. Outro dado apresentado por Alvaro Dias mostra que enquanto em 1997, quando o cálculo começou a ser feito pelo Ministério do Planejamento, havia 17 mil servidores com cargo em comissão esse número saltou para 21,3 mil em 2010.

Dívida pública

Para o senador, o governo deve admitir a verdade sobre o aumento significativo da dívida pública interna em vez de fazer mágicas como a que ocorreu recentemente em que a capitalização da Petrobras serviu como "maquiagem" para simular o pretenso cumprimento do percentual de 3,3% do superávit primário, economia feita pelo governo para pagamento dos juros da dívida externa.

Alvaro Dias sustentou que, embora o governo admita oficialmente que o valor da dívida pública interna esteja hoje em R$ 1,5 trilhão no mês de setembro, conforme o Tesouro Nacional, especialistas apontam uma dívida de R$ 2,6 trilhões e. O senador explica que a "mágica" está em contabilizar as transferências internas para instituições como a Caixa Econômica Federal, a Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como receita, quando deveriam ser tratadas obrigatoriamente como despesas. Essas despesas ocorrem quando o governo emite títulos públicos de médio e longo prazo para pagamento da dívida externa. Somente de janeiro a setembro deste ano em pagamento de juros foram gastos R$ 139 bilhões, criticou, uma conta de R$ 700 para cada brasileiro.



22/11/2010

Agência Senado


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