ÁLVARO DIAS QUER RESSARCIMENTO DO PREJUÍZO DOS ACIONISTAS DO BAMERINDUS



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) manifestou sua esperança de que a Justiça venha a ressarcir os prejuízos que os 53 mil acionistas minoritários do Bamerindus tiveram quando com a venda do banco ao HSBC (grupo financeiro inglês). Segundo o senador, o dinheiro dos acionistas virou pó e eles sequer puderam conhecer os termos da verdadeira operação, porque foi baseada num contrato secreto. "Agora a 14ª Vara da Justiça Federal está requisitando todos os papéis da transação", informou.
Na avaliação do senador, os prejuízos causados ao país são irrecuperáveis: foram R$ 6 bilhões do Programa de Estímulo e Reestruturação do sistema Financeiro (Proer) para sanear o Bamerindus, e o HSBC pagou apenas R$ 350 milhões pelo patrimônio do banco. Álvaro Dias disse que a juíza da 14ª Vara, Regina Helena Costa, também quer conhecer os negócios imobiliários que fazem parte da transação, por entender que há indícios de subfaturamento da carteira de imóveis para favorecer o HSBC, afirmou.
O senador ressaltou que esse processo nebuloso de venda e administração que o Banco Central fez questão de manter em sigilo precisa ser esclarecido para os acionistas minoritários, que detinham 23,5% do patrimônio do banco paranaense. "Tenho certeza de que a Justiça Federal encontrará meios de resgatar os direitos usurpados de 53 mil acionistas que investiram num banco que devia ser seguro por estar sob a vigilância do BC".
É incompreensível, sustenta o senador, que o BC tenha tal insensibilidade em relação ao prejuízo desses acionistas que sequer lhes deu a conhecer os documentos da transação. "Agora, através da iniciativa da juíza, vamos conhecer a forma pela qual o governo federal permite a realização de negócios que são favoráveis a grupos estrangeiros e lesivos aos interesses do Estado e dos brasileiros".
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) louvou a preocupação do senador paranaense em exigir, da tribuna, em várias oportunidades, que os interesses dos minoritários fossem respeitados e estranhou o comportamento do BC de conceder extraordinárias vantagens a grupos estrangeiros.

01/06/2000

Agência Senado


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