Alvaro Dias: tradição do Senado é ser implacável em casos de corrupção



A tradição do Senado é ser implacável em casos de corrupção que envolvam os seus membros, disse nesta quinta-feira (24) à Agência Senado o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), tão logo tomou conhecimento da decisão da Mesa Diretora de enviar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar representação contra os três senadores acusados de envolvimento com a chamada máfia das ambulâncias.

Em entrevista por telefone à Agência Senado, Alvaro Dias afirmou que a Mesa, ao protocolar no Conselho de Ética representação contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES), e Serys Slhessarenko (PT-MT) - e não apenas uma denúncia como havia feito na última terça-feira (22) - abre caminho para que se apure de forma rápida se houve ou não quebra de decoro parlamentar.

- O Senado tem a obrigação de dar uma resposta rápida à sociedade, que cobra pressa na apuração dos fatos - salientou Alvaro Dias.

Para o senador, se for comprovada culpa dos envolvidos no esquema de superfaturamento de ambulâncias, "é necessária uma punição com todo o rigor". Alvaro Dias observou que os processos disciplinares a serem instaurados, "com amplo direito de defesa", poderão resultar em cassação de mandatos.

Na terça-feira (22), o presidente do Senado, Renan Calheiros, remeteu ao Conselho de Ética denúncia contra os três senadores. A decisão causou estranheza a alguns membros do colegiado, entre eles o vice-presidente, senador Demóstenes Torres (PFL-GO), que chegou a apresentar parecer solicitando a devolução à Mesa dos processos contra os senadores a fim de que fossem reenviados ao colegiado na forma de representação, instituto que permite apuração mais rápida dos fatos, sem a necessidade de novas investigações.



24/08/2006

Agência Senado


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