Álvaro e Althoff querem lei para tipificar crimes de dirigentes de futebol



Os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Geraldo Althoff (PFL-SC), presidente e relator da CPI do Futebol, disseram que é impossível enquadrar como crimes as acusações do ex-presidente do Vasco da Gama Agathyrno da Silva Gomes contra o atual presidente do clube, Eurico Miranda, porque não há uma lei específica que trate de clubes de futebol. "São entidades de direito privado, e por isso a desobediência ou descumprimento do estatuto dos clubes não pode ser enquadrado em nenhuma lei", disse Geraldo Althoff.

Álvaro Dias explicou que, por isso mesmo, a CPI, ao final dos trabalhos, vai apresentar um projeto de lei específico para o esporte, que proteja os direitos de associados de clubes e imponha normas de conduta aos dirigentes. O deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) poderá ser processado por evasão de divisas, fraude cambial, enriquecimento ilícito e sonegação fiscal, se forem confirmadas as denúncias contra ele. Mas não pelos desmandos que cometeu como dirigente do clube.

Segundo Álvaro Dias, já existe um inquérito contra o Botafogo de Futebol e Regatas que apura a venda de jogadores para o exterior sem o registro no Banco Central da entrada de divisas, ou sem que a contabilidade do clube indique o negócio. Os senadores receberam a informação extra-oficial de que os outros dois depoentes que viriam à CPI nesta terça-feira (dia 20), Ivo Morgado e João Manuel de Almeida, não compareceram porque foram ameaçados. Ao ser perguntado pelo relator, Geraldo Althoff, se também sofrera ameaças, o depoente Agathyrno da Silva Gomes disse que preferia não comentar o assunto, em respeito ao Vasco da Gama.

20/02/2001

Agência Senado


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