ÁLVARO: PLENÁRIO DEVE APROVAR PROIBIÇÃO DE VENDA DE AÇÕES DA PETROBRÁS



O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) prevê que o seu projeto de lei proibindo a venda de ações da Petrobras deverá ser aprovado na sessão deliberativa do próximo dia 12 de setembro, porque o governo já conseguiu o que queria: vender 31,78 % das ações ordinárias da empresa. "O grande obstáculo no Plenário à aprovação do projeto era a pressão do governo, que queria vender este lote de ações, o que foi feito com enorme prejuízo para o país", disse Álvaro Dias.
O projeto de Álvaro Dias foi apresentado justamente para impedir a venda das ações que excedessem os 51% necessários ao controle acionário da companhia pelo governo. "Infelizmente, a venda se concretizou na Bolsa de Nova York e, apenas um dia depois da venda, as ações da Petrobras se valorizaram 15%, o que representou para o Brasil um prejuízo enorme", lamentou o senador.
Álvaro Dias disse ainda que, em janeiro próximo, as ações da Petrobras, vendidas em Nova York a R$ 43, deverão estar valendo R$ 65. Como estima-se um lucro operacional de R$ 10 bilhões em 2000, o governo terá um prejuízo de R$ 1,8 bilhão até o fim do ano. Em 2003, quando há uma previsão de que a empresa produzirá 1 milhão 800 mil barris/dia de petróleo, com lucro de R$ 15 bilhão, o prejuízo poderá chegar a R$ 2,7 bilhões.
- Em cinco anos, o Brasil terá perdido mais do que arrecadou com a venda, porque 18% dos lucros da Petrobras no período terão sido repassados a quem comprou as ações. De qualquer forma, o projeto de lei permanece necessário, porque impedirá a perda do controle acionário, com a venda de mais ações. Atualmente, o governo tem apenas 51% das ações, o que é limite mínimo para manter o controle e evitar a privatização - disse o senador paranaense.
Álvaro Dias também discordou da permissão para que trabalhadores usassem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para compra de ações da Petrobras. Ele lembra que apresentou projeto de lei que permite o uso do FGTS para custear cursos superiores em universidades particulares. "Muitos trabalhadores estão inadimplentes com faculdades porque não conseguem pagar as mensalidades e devido a isso as desistências nestes cursos chegam a 40%. Acredito que seria um uso melhor para o dinheiro do FGTS", ponderou o senador.

15/08/2000

Agência Senado


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