AMORIM ANALISA DÍVIDA DO ESTADO DE RONDÔNIA
O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) analisou hoje (dia 4), em discurso no plenário, o endividamento de Rondônia, afirmando que o povo daquele estado vem sendo injustamente punido com uma dívida de R$ 502,4 milhões - valor do prejuízo apurado no Banco do Estado de Rondônia (Beron) em 31 de dezembro de 1997. Na opinião do parlamentar, esse negativo é de responsabilidade do Banco Central, porque foi registrado no período em que o Beron esteve sob intervenção do BC.
- O povo de Rondônia não participou desse endividamento e nem foi beneficiado por ele - disse Amorim, sustentando que o Senado deveria ter analisado melhor a Resolução que permitiu ao estado de Rondônia celebrar contrato de abertura de crédito com a União para cobrir o prejuízo do Beron. Conforme o parlamentar, essa dívida será paga em 30 anos e Rondônia repassará mensalmente cerca de R$ 3,9 milhões para quitá-la.
Em sua opinião, com esse dinheiro, mensalmente, o estado poderia cobrir 40 quilômetros de asfalto ou construir 10 grandes escolas. Observando que nem todos os senadores têm a experiência de técnico em finanças, Amorim disse que a melhor coisa que o Senado faria seria passar a responsabilidade da autorização desse tipo de endividamento para a área econômica. "Dessa forma, o meu estado estaria livre desse prejuízo", verificou o parlamentar, afirmando que seus netos já nascerão endividados.
- Se eu chegar ao governo, a primeira coisa que farei será mandar suspender essa dívida, para saber quem são os verdadeiros responsáveis - avisou o senador.
Observando que o governador de Rondônia é constantemente denunciado por atos de corrupção, ele questionou ainda se compensa a seu partido, o PPB, apoiar o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Essa pergunta Amorim pretende fazer ao ex-governador Paulo Maluf, com quem tem um encontro esta semana.
Lembrando que o PPB tem 79 deputados e sete senadores, Amorim afirmou que, com esse contingente, o PPB poderia partir para outra alternativa na corrida sucessória, "com uma modalidade de governo que pudesse punir essas pessoas que estamos denunciando". Ele também lastimou que o governo do seu estado tenha promovido 11 oficiais que participaram do massacre de Corumbiara. E comentou: "Esse é o governador do PMDB, que tem todas as portas abertas em Brasília".
05/05/1998
Agência Senado
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