AMORIM REAGE A CRÍTICA DE REVISTA E DEFENDE PROJETO SOBRE " LOBBY"
O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) repeliu hoje (dia 3) matéria da revista Isto É, intitulada "Me dá um dinheiro aí", que acusa o parlamentar de fazer de seu mandato um "balcão de negócios" ao solicitar à presidência do Senado o pagamento de dívidas com passagens aéreas e ao defender projeto de lei sobre o lobby. O senador acusou a revista de desvirtuar informações com o objetivo de denegrir sua imagem e cobrou providências para evitar novos problemas com os veículos de comunicação.
- A Casa deve tomar posição sobre a atuação da imprensa,pois hoje vivemos a ditadura do setor. Um exemplo é a imprensa de Rondônia, que está 90% alugada paraacobertar mazelas e falcatruas do governo estadual - disse.
Amorim voltou a declarar que o salário líquido de R$ 5,5 mil é insuficiente para o desempenho do cargo e solicitou mais recursos para cada senador. "Seria demagogia dizer que R$ 5,5 mil são suficientes para custear as despesas do mandato", disse, acrescentando que pode até mesmo renunciar ao salário, desde que tenha "condições para a manutenção do mandato".
O senador citou projeto de sua autoria que determina a rolagem das dívidas de pequenas e microempresas e de pessoas físicas, também criticado na matéria da revista IstoÉ. Ernandes Amorim, mais uma vez, afirmou que a revista deturpou informações e explicou que, pelo projeto, as empresas teriam oito anospara pagar suas dívidas, com quatro anos de carência. Para as pessoas físicas, estão previstos cinco anos para o pagamento da dívida e dois anos de carência. Para ambos, os juros seriam de 12% ao ano.
"LOBBY"
Ernandes Amorim defendeu, também, projeto de lei do então senador Marco Maciel, que trata do lobby no Legislativo. Segundo Amorim, o projeto assegura a "transparência na gestão da coisa pública", ao estabelecer que pessoas físicas e jurídicas que exercem qualquer atividade tendente a influenciaro processo legislativo devam registrar-se perante as Mesas do Senado e da Câmara, e informar suas receitas e despesas.
- Com o registro das pessoas físicas e jurídicas que atuam para influir o processo legislativo, e o controle sobre suas receitas e despesas, estaremos aperfeiçoando nossas atividades - assegurou.
Para o senador, com a regulamentação do lobby poderão ser conhecidas "as fontes de recursos e as despesas das associações de classe, das entidades patronais e das organizações não-governamentais que atuam no processo legislativo, e desta forma, também conhecendo a fonte de recursos dos partidos políticos, a sociedade poderá avaliar o desempenho de seus integrantes".
Amorim fez um apelo ao presidente da Câmara dos Deputados para que o projeto, que está pronto para ser votado desde 1995, seja logo apreciado.03/03/1998
Agência Senado
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