AMORIM VÊ DESOBEDIÊNCIA CIVIL NOS SAQUES



Os saques realizados no nordeste por flagelados da seca são, segundo o senador Ernandes Amorim (PPB-RO), o início de um processo de desobediência civil, erguido sob a mais nobre das causas: o direito de viver. Ernandes Amorim não acredita que o problema possa ser resolvido com a mobilização do exército ou com retaliação aos acampamentos organizados pelo Movimento dos Sem Terra. "O que se tem ouvido são propostas para combater os miseráveis, e não propostas para combater a miséria, que não é produto de fenômenos climáticos, mas resultado da política agrícola adotada pelo governo", afirmou.

Para Ernandes Amorim o Plano Real impôs a importação de alimentos, o que condenou a agricultura brasileira, e condicionou o equilíbrio da balança de pagamento àcapatação de dólares a juros muito altos, o que provoca dificuldades para o setor produtivo nacional.

- O resultado desta política é o desemprego generalizado, que engrossou o MST, que hoje explode em saques no nordeste, e amanhã estará sendo registrado com a desordem generalizada no Centro-Sul - alertou.

Amorim disse que o governo se mostra insensível às alternativas capazes de recuperar a capacidade de emprego. O senador defende a adoção do método de equivalência-produto, em substituição ao índice geral de preços, como indexador das dívidas do setor agrícola. Ele considera fundamental a criação de condições para que os ruralistas voltem a produzir, "gerando riquezasnos municípios e concorrendo de forma definitiva para o combate ao desemprego".



26/05/1998

Agência Senado


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