GERALDO CÂNDIDO ACUSA JOSÉ SERRA E FHC DE CRIME DE DESOBEDIÊNCIA



O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) acusou nesta terça (dia 18), em discurso, o ministro da Saúde, José Serra, e o presidente Fernando Henrique Cardoso de cometerem crime de desobediência à Justiça, por não acatarem decisão judicial para reintegrar 5.792 guardas mata-mosquitos da Fundação Nacional de Saúde, demitidos em junho do ano passado sem o pagamento de qualquer direito trabalhista.
Caso o ministro persista "em sua atitude arrogante", o senador quer que o Congresso tome providências "enérgicas para que seja restaurado o estado de direito". Geraldo Cândido afirmou que a demissão dos mata-mosquitos expõe de "maneira irresponsável" a população do estado do Rio ao risco de contágio de dengue e de febre amarela.
Depois de lembrar que as duas doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito, aedes aegypt, o senador informou que a cidade do Rio registrou somente no ano passado 4.261. Nos últimos dias, foi confirmado um caso de febre amarela no Rio e outras três pessoas encontram-se em observação.
Por isso, houve uma corrida aos postos de vacinação contra febre amarela no município, pois a doença tem efeito devastador, tendo matado 23 pessoas em todo o país no ano passado, de um total de 67 infectadas, acrescentou Geraldo Cândido.
Reportagem do jornal O Dia, sob o título "Focos de desperdício", foi citada pelo senador para demonstrar a situação da área de saúde no estado do Rio. A jornalista Mirtes Guimarães denunciou "o possível uso irregular de uma verba de R$ 3 milhões na municipalização" dos serviços de saúde, com prefeituras do interior se valendo dos recursos destinados à contratação de supostos mata-mosquitos para o pagamento de cabos eleitorais". Ele observou que o ministro José Serra, ao demitir os 5.792 mata-mosquitos, argumentou que o objetivo era "municipalizar esses serviços, para aumentar a eficiência e diminuir custos".

18/01/2000

Agência Senado


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