Ampliação do Mercosul preocupa oposição



A ampliação do Mercosul, com a adesão da Venezuela, e a atual condução política do bloco econômico transformaram-se em novos temas de debate entre oposição e governo. Se de um lado a oposição alerta para o risco de crescimento da liderança do presidente Hugo Chávez no continente, parlamentares ligados ao governo preferem identificar no ingresso do novo sócio uma grande oportunidade econômica.

Na opinião do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM), a Venezuela tem problemas tarifários para se adaptar ao Mercosul e dispõe de uma economia "frágil" quando comparada à situação do Brasil e da Argentina. A seu ver, os aliados preferenciais do Brasil no continente deveriam ser os presidentes do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Chile, Michelle Bachelet; da Colômbia, Álvaro Uribe; e do Peru, Alan García.

- A entrada em si da Venezuela não é ruim. Mas existem um problema técnico, de adaptação tarifária, e um problema político, pois Chávez quer entrar para liderar o bloco e para fazer com que nós viremos as costas para a Alca - alertou Arthur Virgílio, integrante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em referência às negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas.

Por sua vez, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), igualmente membro da CRE, destaca o peso econômico da Venezuela, grande produtor de petróleo. Suplicy observa que, com o ingresso do novo sócio, o Mercosul passa a responder por 75% do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul. Ele vê uma "vontade maior de integração" do lado mais oriental da América do Sul. Enquanto isso, lembrou, os Estados Unidos aproximam-se do Chile, do Peru e da Colômbia, por meio de acordos bilaterais.

- O ingresso da Venezuela dá novo impulso ao Mercosul. Agora o bloco precisa dar passos institucionais mais decisivos no sentido de buscar a integração econômica e social. A integração vai se dar, como na União Européia, com maior liberdade de movimentação de seres humanos, além de bens e serviços - recomendou.



14/07/2006

Agência Senado


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