Ana Amélia condena espionagem de autoridades brasileiras



Em pronunciamento nesta segunda-feira (2), a senadora Ana Amélia (PP-RS) disse que as denuncias de espionagem de autoridades brasileiras pelos  Estados Unidos requerem explicação do governo norte-americano, acrescentando que este é um dos maiores desafios do novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo, sucessor de Antônio Patriota.

Ana Amélia manifestou solidariedade a presidente Dilma Rousseff e a seus assessores “pela inaceitável, abominável e criminosa espionagem", afirmando que, para qualificar o que ocorreu, "não há outro termo a ser usado a não ser este”.

A troca de correspondência eletrônica e conversas entre Dilma e assessores diretos teriam sido monitoradas pelo governo dos Estados Unidos, conforme reportagem divulgada no domingo (1º) no programa Fantástico, da TV Globo.

Ana Amélia disse que violar a privacidade por meio de espionagem ou qualquer outro mecanismo de investigação ilegal é desrespeitar o direito individual e coletivo, e sobretudo, a soberania de uma nação.

- Espionar chefes de Estado estrangeiros é procedimento inadequado e inaceitável, sobretudo quando se usa a defesa da segurança nacional como justificativa para a arapongagem transnacional – afirmou.

Para Ana Amélia, “fica claro” com a divulgação que a espionagem foi efetivamente realizada, pois os documentos mostram que as conversas de Dilma e seus assessores foram monitoradas e rastreadas por modernos programas de investigação. De acordo com a reportagem, o governo do México também teria sido vítima da espionagem.

- São informações muito graves que reforçam dúvidas sobre o monitoramento de autoridades brasileiras para fins comerciais e a obtenção de vantagens econômicas ou políticas – afirmou.

Ana Amélia ressaltou que o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, negou a espionagem, mas admitiu o acesso aos dados das conexões (metadados), “o que não serve para explicar as denúncias”, afirmou.

- Não se pode aceitar passivamente argumentos contra o terrorismo para permitir episódios de espionagem no Brasil, com injustas vantagens comerciais para outras nações – afirmou.

Em apartes, Ana amélia foi saudada por colegas como Pedro Simon (PMDB-RS), o qual disse acreditar que a eleição de Barack Obama para o governo dos Estados Unidos representava um “momento novo”.O líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), cobrou respeito ao Brasil e à comunidade internacional. Ele também adiantou que apresentará moção de repúdio pelo episódio. Ruben Figueiró (PSDB-MS) também afirmou que o Brasil precisa ser respeitado na comunidade internacional.



02/09/2013

Agência Senado


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