Ana Amélia quer debate cuidadoso sobre voto aberto dos parlamentares
Em pronunciamento nesta quinta-feira (5), a senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou que várias rádios de todas as partes do Rio Grande do Sul têm perguntado a ela se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pela Câmara dos Deputados que determina o voto aberto em todas as votações do Congresso Nacional vai passar no Senado da forma como está.
- Há uma inquietação geral sobre isso. A matéria tem de ser cuidadosamente tratada e não pode frustrar a expectativa da sociedade, para que isso seja o mais rapidamente possível definido e decidido – afirmou a parlamentar.
Ana Amélia lembrou que o senador Paulo Paim (PT-RS), que estava presidindo a sessão, luta há 25 anos pelo voto aberto dos parlamentares.
- Quem esperou 25 anos não pode, num piscar de olhos ou num estalar de dedos, resolver a questão. Porém, não podemos tergiversar sobre a matéria, sob pena de sermos cobrados, como os deputados, em relação ao caso do deputado Donadon – disse a parlamentar, referindo-se à votação da Câmara que não cassou o mandato do deputado Natan Donadon, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A senadora afirmou que o voto secreto nas análises de vetos presidenciais e indicações de ministros do STF é defensável, mas citou argumentos prós e contras no segundo caso. Em relação aos vetos, lembrou que “quem tem a caneta presidencial na mão tem um poder muito grande” sobre parlamentares, governadores e suas respectivas bancadas.
Em breve aparte, Paim lembrou estar no Congresso há 27 anos e, a não ser no caso do veto sobre a redivisão dos royalties do petróleo – quando, segundo ele, todos os parlamentares abriram seu voto – não viu nenhum veto ser derrubado no Congresso.
Fibrose Cística
No mesmo pronunciamento, a parlamentar lembrou que esta quarta-feira é o Dia Nacional de Conscientização da Fibrose Cística, doença genética grave que prejudica as vias respiratórias e o sistema digestivo.
Afirmou que a expectativa de vida dos portadores da doença no Brasil é de 20 anos, contra até 60 anos nos países desenvolvidos. O problema brasileiro, informou, é a dificuldade na identificação precoce da doença. Segundo ela, 10 estados ainda não fazem o teste do pezinho ampliado, que detecta a doença.
05/09/2013
Agência Senado
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