Ana Júlia nega que haja aumento de violência no campo



A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) denunciou que setores conservadores da sociedade brasileira estão, inveridicamente, apontando a existência de um clima de violência no campo. São os responsáveis pelas mortes no campo e pelo trabalho escravo que espalham tais notícias para justificar a criação de milícias paramilitares, disse a senadora nesta quarta-feira (19).

Ela garantiu que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está empenhado em promover uma reforma agrária que integre a pequena produção agrícola ao projeto de desenvolvimento nacional auto-sustentável.

Segundo Ana Júlia, em tão pouco tempo, muito já foi feito no plano da reforma agrária: o governo conseguiu reduzir os conflitos no campo de 79, média trimestral no governo de Fernando Henrique Cardoso, para 24 neste trimestre; abriu canais permanentes de diálogo com os setores sociais e já anuncia medidas de impacto imediato, como o seguro-safra e o plano-safra.

Ela negou que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tenha se convertido em braço do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), com militantes do movimento dirigindo o órgão. -É mentira, não há um único militante orgânico dos movimentos sociais nas superintendências do Incra. O que existe são técnicos e quadros políticos com larga experiência no campo-, disse.

Em contraste, acrescentou Ana Júlia, a alardeada reforma agrária realizada pelo governo anterior foi apenas um arranjo fundiário arcaico, em que a maioria das 524 mil famílias assentadas não têm acesso a estradas, energia elétrica, água potável ou casa para morar. -Mais da metade não receberam crédito de apoio para sua instalação, nem serviço de assistência técnica. Como esperar que possam produzir?-, perguntou.

Ana Júlia garantiu que o atual governo está mobilizado para levar adiante uma reforma agrária que habilite os pequenos produtores a participarem efetivamente da produção nacional, da soberania alimentar e da garantia de alimentação aos milhões de brasileiros que foram jogados à margem da sociedade nos últimos anos.

Em aparte, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) protestou contra as notícias de que se realiza reunião em Mato Grosso para formação de milícias paralelas de proprietários rurais para lutar contra invasões no campo. -O Estado de Direito está sendo afrontado e exige providências rápidas-, disse.



19/03/2003

Agência Senado


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