Ana Júlia: sou inocente das acusações e vou processar os culpados
A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) anunciou em Plenário ter sido inocentada pela CPI da Biopirataria, da Câmara dos Deputados, de todas as acusações de envolvimento com cobrança de propina de madeireiros do Pará, para uso em sua campanha eleitoral à Prefeitura de Belém em 2004. Ela indagou quem irá reparar o dano causado a sua imagem e punir os responsáveis.
Ana Júlia citou o relator da CPI da Biopirataria, deputado Sarney Filho, o qual afirmou que "ficou comprovado, por todos os cruzamentos", que ela não teve nenhum envolvimento com irregularidades no Programa Safra Legal.
A senadora pelo Pará disse que vai processar "um a um" os responsáveis pelas calúnias e difamações a ela imputadas e solicitar investigações ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo, e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Barros. Desse último, a senadora quer saber se havia funcionários do órgão no Pará envolvidos em irregularidades no Programa Safra Legal e o resultado dos inquéritos administrativos para esclarecer se há culpados ou se pessoas honestas estariam sendo atingidas em sua dignidade por "matérias jornalísticas irresponsáveis".
Ana Júlia disse que o fato de seu ex-marido, Marcílio Monteiro, ser gerente do Ibama no Pará foi usado por um criminoso condenado pela Justiça, Mário Rubens Rodrigues, para acusá-la de cobrar propina de madeireiros para sua campanha. A senadora frisou que não foi encontrado "nenhum centavo" depositado por madeireiras do Pará na conta de sua assessora, conforme havia sido denunciado.
Além disso, afirmou, ficou comprovado, por informações prestadas pela Telemar, que a linha telefônica que teria sido utilizada por sua auxiliar em telefonemas com os madeireiros já não lhe pertencia desde 2001. A senadora salientou que no relatório da CPI da Biopirataria consta ainda que a gravação contendo as denúncias, e que serviu de base para as investigações sobre o Programa Safra Legal, foi colocada sob suspeição pela Polícia Federal. A CPI, disse a senadora, pediu o indiciamento de Mário Rubens Rodrigues.
Ana Júlia ressaltou que, num momento em que tanto se questiona a quebra ilegal de sigilos, foi exatamente o que fizeram com sua subordinada. Ela também criticou jornais do Pará e de capital federal pela "atitude irresponsável" de publicar falsas informações.
- Estou de alma lavada. Quero dizer aos meus detratores que se esforçaram para me atingir que foram absolutamente mal-sucedidos - desabafou.
A senadora foi aparteada pela líder do governo, Ideli Salvatti (PT-SC), que pediu providências ao Senado para investigar a falsificação de informações e a quebra ilegal de sigilo. Os senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Heráclito Fortes (PFL-PI) manifestaram solidariedade à colega.
30/03/2006
Agência Senado
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