Ana Rita defende fim da guerra fiscal entre os estados e critérios uniformes para impostos




A senadora Ana Rita (PT-ES) defendeu em Plenário, nesta terça-feira (3), o fim da guerra fiscal entre os estados. Ela lembrou que, em debate na Comissão de Assuntos Econômicos, na semana passada, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou uma proposta de reforma tributária "fatiada", que o governo deve encaminhar ao Congresso. A senadora disse ser necessário buscar a unificação de critérios de recolhimento de impostos, superando a lógica da guerra fiscal.

Ana Rita informou que, de acordo com Nelson Barbosa, o governo deve apresentar uma "proposta de transição" com objetivo de limitar a apenas 2% as alíquotas de ICMS nas operações interestaduais com bens e mercadorias importadas. A diminuição seria de 12% para 8% em 2012, passaria para 4% em 2013 e ficaria em 2% a partir de 2014.

- Precisamos enfrentar de vez o problema da guerra fiscal. Ela é danosa e não ajuda no desenvolvimento econômico e social do país - disse a senadora, que também mencionou o projeto de resolução 72/10, do senador Romero Jucá, que, para combater a guerra fiscal, estabelece alíquota zero o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) dos produtos que não tenham sido submetidos a processo de industrialização no Brasil.

O objetivo de Jucá ao propor uma mudança radical seria o de colocar o tema da guerra fiscal em debate, até que se chegue a um consenso.

- Os incentivos às importações via ICMS reduzem a competitividade nacional em um momento de forte apreciação cambial e grande concorrência por parte de importações - assinalou Ana Rita, que salientou o papel do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias para o Espírito Santo, estado pelo qual "na principal porta de entrada no mercado brasileiro de uma série de produtos importados".

Além da diminuição gradual das alíquotas interestaduais e a simplificação do ICMS, a proposta do governo, disse Ana Rita, inclui a devolução de créditos por exportação e investimento no caso do PIS/Cofins, ampliação do limite de enquadramento no supersimples e no microempreendedor individual, e a desoneração da folha de pagamento.

- Reitero a necessidade de um amplo debate para equalizar e trazer melhorias para todos os estados do país. Unir forças para criar critérios uniformes na partilha do imposto entre o estado de origem e o estado de destino das mercadorias e serviços - propôs a senadora capixaba.



03/05/2011

Agência Senado


Artigos Relacionados


Audiência vai debater guerra fiscal entre os estados

Iris propõe discussão de um novo pacto federativo para acabar com a guerra fiscal entre os estados

ACM ELOGIA DISCURSO DE SOUTO SOBRE A GUERRA FISCAL ENTRE OS ESTADOS

Jucá pede que senadores participem de audiência pública da CAE sobre 'guerra fiscal' entre estados

Lindbergh defende novo pacto federativo para evitar guerra entre estados

GUERRA FISCAL É INDISPENSÁVEL PARA DESENVOLVER ESTADOS MAIS POBRES, DIZ ACM