Anibal Diniz alerta para calamidade enfrentada por refugiados haitianos na fronteira com a Bolívia
Em discurso nesta segunda-feira (12), o senador Anibal Diniz (PT-AC) pediu ações urgentes das autoridades brasileiras em relação a um grupo de cerca 700 refugiados haitianos que estão vivendo de maneira em condições improvisadas na cidade acriana de Brasiléia, na fronteira brasileira com a Bolívia.
De acordo com o senador, a situação se configura como uma "crise humanitária internacional" que necessita de atenção urgente dos ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, da Defesa, das Relações Institucionais, da Secretaria de Direitos Humanos e dos órgãos de imigração. O parlamentar sugere que seja instalado um escritório interministerial de emergência para tratar dessa questão.
Anibal Diniz informou que o número de haitianos naquela região já chegou a 724 e deve aumentar nas próximas semanas. Esses refugiados, explicou o senador, abandonam o Haiti em busca de trabalho, melhores condições de vida e renda para poderem enviar ajuda financeira aos familiares que ficaram naquele país.
- A maior parte dos refugiados é de jovens entre 20 e 30 anos, basicamente estudantes, cujas famílias tomam dinheiro emprestado para transportá-los até o Brasil. A viagem deles ao Brasil chega a custar mil dólares, obtidos com a ajuda de parentes. Eles fazem todo esse investimento familiar em busca de uma oportunidade de trabalho no Brasil - acrescentou.
Anibal Diniz disse que os refugiados estão alojados de maneira precária, alguns em barracas, e que a assistência a eles está sobrecarregando o serviço de saúde da região, por exemplo.
O senador aproveitou para ler, na íntegra, a reportagem "Crise humanitária se instala na fronteira do Acre com a Bolívia", do site Terra Magazine, uma das primeiras notícias mais detalhadas sobre o problema.
"Os líderes da comunidade haitiana que se formou no Acre dizem que eles querem apenas a oportunidade de trabalhar, para enviar dinheiro a suas famílias, uma vez que as condições de vida no Haiti apenas pioraram desde o terremoto de janeiro de 2010. A ajuda humanitária organizada pela ONU é desviada pela elite política e militar, as prometidas obras de reconstrução não começaram até agora e o país continua tão desorganizado como nos primeiros meses após a tragédia", diz trecho da reportagem.
12/12/2011
Agência Senado
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