Antero aponta dificuldades da CPI para ouvir Comendador



Diante do apelo do deputado Eduardo Valverde (PT-RO) para que a CPI do Banestado tome o depoimento do ex-policial civil e empresário João Arcanjo Ribeiro, conhecido como Comendador, o presidente da comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), informou nesta quinta-feira (6) que solicitou do governo federal e, em especial, do Ministério da Justiça, empenho para que os parlamentares possam ouvi-lo. Segundo Antero, estão sendo enfrentadas dificuldades adicionais, tendo em vista que o pedido de extradição do Comendador ainda está em tramitação e a CPI não é vista no Uruguai como autoridade judiciária, apesar de ter esse poder em território nacional. Ele disse que vai solicitar cópia do depoimento dado por Arcanjo ao juiz federal e ao procurador da República que tratam do caso. Tido como um dos líderes do crime organizado no Mato Grosso, o Comendador responde a seis processos por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, contravenção, contrabando de armas, agiotagem, homicídio, sonegação fiscal e evasão de divisas. Informações do Ministério Público e da Receita Federal apontam que Arcanjo teria movimentado mais de R$ 2 bilhões nos últimos quatro anos e sonegado R$ 900 milhões. As atividades criminosas do Comendador, segundo as investigações, teriam ramificações em outros estados e movimentariam recursos por meio de empresas off shore no Uruguai. Na reunião desta quinta-feira também foi aprovado requerimento do relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP), do vice-presidente da, deputado Ricardo Maia (PFL-RJ), e do senador José Jorge (PFL-PE) que solicita ao Banco Central a relação completa dos declarantes de posse de bens e direitos no exterior que teriam se beneficiado de circular do BC que abriu prazo de três dias, após a quarta-feira de cinzas de 2002, para regularizar suas declarações.

- Precisamos saber quem foi beneficiado por esses três dias de reabertura da base de informações de 2001. Poucas pessoas se aproveitarem para tentar acertar os seus registros e devem ser alvo da preocupação da CPI - disse Ricardo Maia, complementado pelo deputado Dr. Hélio (PDT-SP), que sugeriu que as informações obtidas sejam cruzadas com a base de dados da Receita Federal.



06/11/2003

Agência Senado


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