Antero pedirá prisão de Vedoin
(matéria revisada às 16h56)
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) anunciou nesta segunda-feira (21), por meio de sua assessoria de imprensa, que vai pedir a prisão do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin por este "estar usando o instituto da delação premiada para fazer uma espécie de comércio particular". O empresário afirmou, em entrevista à revista Veja que circula nesta semana, que o parlamentar teria participado da máfia das ambulâncias. A assessoria também afirmou que o parlamentar vai processar o empresário e pedir ao Ministério Público Federal (MPF) que revogue a delação premiada concedida a Vedoin, benefício de redução da pena garantido ao acusado que cooperar com as investigações da Justiça.
O senador, que está em campanha em Mato Grosso, informou ainda que está acertando com presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), sua vinda a Brasília na próxima quarta-feira (23) para que, em reunião da CPI, possa defender-se das acusações de Vedoin.
- Vou pedir à CPI que me investigue o mais rápido possível e que os resultados sejam logo anunciados. O Vedoin tem que apresentar alguma prova dessa acusação leviana que fez - afirmou Antero Paes de Barros, segundo sua assessoria.
Luiz Antônio Trevisan Vedoin é um dos donos da Planam, empresa apontada como principal organizadora do esquema de utilização irregular de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados. O empresário estava preso em Cuiabá, mas foi beneficiado pela delação premiada após prestar um longo depoimento de nove dias à Polícia Federal daquele estado e comprometer-se a colaborar com as investigações da Justiça.
Em entrevista à revista Veja, Vedoin afirmou que seu pai, José Darci Vedoin, acertou com Antero Paes de Barros o pagamento de R$ 40 mil de comissão pela elaboração de emendas ao Orçamento no valor de R$ 400 mil destinadas à compra de ambulâncias da Planam. O repasse do dinheiro, segundo Luiz Antônio Vedoin, teria sido feito por meio do deputado Lino Rossi (PP-MT), cujo nome consta do relatório preliminar da CPI Mista.
Antero Paes de Barros também rechaça as afirmações de Vedoin de que o acordo era para a totalidade das emendas da bancada do PSDB, cujo líder, segundo Vedoin, era o senador.
- Nunca aceitei ser líder e nem coordenador de bancada porque nunca tratei de orçamento durante meu mandato. Essa acusação é falsa e leviana - afirmou Antero Paes de Barros, em nota à imprensa, ao anunciar ainda que vai interpelar judicialmente Lino Rossi para que confirme ou não as informações de Vedoin.
Para a CPI Mista dos Sanguessugas, criada em maio com o objetivo de investigar a máfia das ambulâncias, Vedoin já prestou dois depoimentos e colocou-se à disposição para mais esclarecimentos. Segundo informações da secretaria da CPI, ainda não foi agendada qualquer reunião para esta quarta-feira.
Conselho de Ética
Numa primeira fase de investigações, a CPI Mista encaminhou às Mesas Diretoras da Câmara e do Senado uma lista com os nomes de 72 parlamentares em relação aos quais há indícios ou provas de participação na chamada máfia das ambulâncias, com a indicação de que a relação deveria ser remetida aos respectivos Conselhos de Ética e Decoro Parlamentar para instauração de processo disciplinar.
21/08/2006
Agência Senado
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