Antero nega acusações de Vedoin e apresenta sua defesa à CPI
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) negou, em entrevista concedida nesta quarta-feira (30), as acusações de envolvimento com a "máfia das ambulâncias" feitas pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin. O parlamentar também apresentou sua defesa documentada à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.
Durante a entrevista, o senador declarou ter cancelado, em novembro de 2001, quatro emendas ao orçamento da União que seriam apresentadas em seu nome, e que teriam como objetivo liberar R$ 320 mil para a compra de ambulâncias por quatro municípios do estado de Mato Grosso. Essas emendas teriam sido elaboradas por Lino Rossi, que na época era deputado federal pelo PSDB matogrossense.
Lino Rossi - apontado como um dos principais operadores do esquema de corrupção dentro do Congresso - havia sido autorizado pela bancada estadual do PSDB a tratar de emendas como as relacionadas à compra de unidades móveis de saúde. Antero reconheceu que, como integrante da bancada, assinou o documento que concedia tal autorização a Rossi.
- Assinei, assim como toda a bancada o fez, mas jamais pensei que isso fosse usado para a prática de fraudes - ressalvou o senador.
Antero disse ainda não saber se as quatro emendas acabaram sendo executadas, mas frisou que, se isso ocorreu, não foi em seu nome. Ele afirmou que decidira cancelar as emendas após discutir o assunto com um especialista que era, na época, secretário de Saúde de Mato Grosso.
Antero acusa Vedoin
Antero Paes de Barros criticou as denúncias de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam, ressaltando que, durante os depoimentos prestados pelo empresário à Justiça Federal, este não havia citado seu nome. Segundo o parlamentar, Vedoin só o acusou depois que ele pediu sua prisão.
- Luiz Vedoin está claramente negociando seus depoimentos - disse o parlamentar.
Antero esteve acompanhado, durante a entrevista, pelo presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), pelo líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), e pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).
Virgílio declarou que Antero "não tem vocação para ladrão" e insinuou que o senador por Mato Grosso pode estar sendo acusado neste momento porque denunciou, em 2004, um esquema de corrupção que envolvia Waldomiro Diniz - então assessor de José Dirceu na Casa Civil.
Já o presidente do PSDB afirmou que "não há absolutamente qualquer indício ou prova contra Antero" e que "não se pode confundir inocentes e acusadores com culpados e acusados".
- Mas se aparecer qualquer indício ou prova contra ele [Antero] ou contra qualquer outro parlamentar do PSDB, o denunciado será imediatamente expulso, como já o fizemos antes - destacou Jereissati.
O partido divulgou nota de apoio a Antero Paes de Barros, assinada por Arthur Virgílio e Jereissati, na qual afirma que "uma avaliação pormenorizada dos documentos referentes a tais acusações" permite concluir pela "intenção política das mesmas".
30/08/2006
Agência Senado
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