Depoimentos dos Vedoin despertam cautela de relatores
O senador Paulo Octávio (PFL-DF), relator do processo contra a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) no Conselho de Ética, disse que o genro dela, Paulo Roberto Ribeiro, terá de explicar, no depoimento desta quarta-feira (6), o cheque de R$ 37,2 mil que recebeu da empresa Planam, alegadamente pelo fornecimento de equipamentos hospitalares. De acordo com depoimento dos empresários Luiz Antonio e Darci Vedoin, sócios-proprietários da Planam (que comandava um esquema de propinas a parlamentares para a venda a prefeituras de ambulâncias superfaturadas), nesta terça-feira (5) ao conselho, ele recebeu ainda R$ 35 mil em dinheiro vivo.
Para Paulo Octávio, deve haver cautela nas conclusões sobre as palavras dos empresários, uma vez que não foram apresentadas provas.
- Muitas vezes os senadores, ocupados que estão, não conseguem controlar o que fazem os assessores - disse Paulo Octávio.
O senador César Borges (PFL-BA) fez coro:
- Temos que ter cuidado porque um mandato não é bobagem.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do processo contra o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), afirmou que os depoimentos não trouxeram "acréscimo nem decréscimo" aos fatos já apurados. Péres anunciou que estará apto a dar seu parecer logo depois de ouvir o acusado, na próxima terça-feira (12).
Já o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo contra o senador Magno Malta (PL-ES), ressaltou que tanto o pai quanto o filho mencionaram um encontro com o atual senador do PL quando este ainda era deputado federal, em 2002.
O senador Magno Malta terá ainda muito a explicar - disse Demóstenes, enfatizando, porém, que as investigações estão apenas começando, não sendo possível ainda nenhuma conclusão.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que Magno Malta não merece ser cassado, uma vez que não apresentou emendas ao orçamento para a compra de ambulâncias. Salgado opinou que Magno merece uma "censura" por ter usado um carro do qual desconhecia a procedência.
Alguns deputados federais que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas acompanharam o depoimento dos Vedoin. O deputado Júlio Redecker (PSDB-SP), lembrou que Darci Vedoin contou ter estado duas vezes no gabinete de Magno Malta para tratar de uma prometida apresentação de emendas no valor de R$ 1 milhão destinada a compra de ambulâncias e que foi recebido pelo chefe de gabinete. Em sua defesa, Magno observa que jamais apresentou as emendas.
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), afirmou que os depoimentos "não deixam dúvidas" sobre o envolvimento dos três senadores com a máfia das ambulâncias.
- Eles confirmaram o que já tínhamos apurado, de forma tranqüila - disse Biscaia, para quem alguns senadores presentesao depoimento, feito em reunião reservada, estão buscando "contradições irrelevantes".
Os parlamentares não mencionaram o que disse o empresário Ronildo Pereira, outro convocado a deporperante o conselho.
05/09/2006
Agência Senado
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