Antonio Carlos defende ampliação dos investimentos públicos
Em setembro de 2006 o IPEA publicou um estudo relacionando duas restrições que deveriam ser vencidas para que o Brasil pudesse apresentar, na próxima década, taxas de crescimento de pelo menos 5%: resolver os problemas na infra-estrutura do setor elétrico e elevar a taxa de investimento anual. Ao lembrar desta pesquisa realizada pelos economistas Fábio Giambiagi e Paulo Mansur, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) lamentou que, um ano depois, nada foi feito.
- Infelizmente o governo não dá sinais de que pretenda mudar o eixo da destinação dos recursos arrecadados, gastando menos e investindo mais. Os investimentos, especialmente em infra-estrutura, ainda não ultrapassaram a fase das promessas. Não se vêem condições para que o setor de energia seja objeto de investimentos vigorosos, públicos ou privados - afirmou Antonio Carlos Júnior.
Segundo o senador pela Bahia, também não mudou a disposição governamental de arrecadar cada vez mais. Ele comentou que enquanto a carga tributária vem crescendo em todas as esferas de governo (federal, estadual e municipal), o Executivo, contrariando as evidências, diz estar promovendo uma desoneração tributária apelidada de "seletiva, gradual e segura", que já teria implicado em "perdas" de R$ 30 bilhões.
Antonio Carlos Júnior registrou que lideranças empresariais e economistas discordam dessa propagada "desoneração" e apontam a "sede arrecadadora do governo" como a principal causa do baixo investimento verificado no Brasil. Ele defendeu uma participação mais ativa do Senado na busca de alternativas para a política fiscal atualmente praticada através da qual o governo arrecada cada vez mais porque gasta mais e gasta mais porque gasta mal, em virtude de preferir gastar a investir.
- Logo estaremos discutindo aqui nesta Casa a proposta do governo de prorrogar a CPMF. Também a proposta de lei orçamentária será, brevemente, objeto de nossas reflexões e ações legislativas. Vamos fazer valer nossas prerrogativas constitucionais. Vamos discutir, sim. Mas, tentemos também apontar caminhos - declarou Antonio Carlos.
03/10/2007
Agência Senado
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