Antonio Carlos Junior critica caráter estatizante do governo Lula



"Não é justo que este governo recrudesça seu furor estatizante justamente a poucos meses de se encerrar", opinou o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) ao comentar a decisão anunciada pelo governo federal de criar uma estatal para atuar no ramo de seguros. Ele lembrou que o governo Lula criou 12 estatais nos últimos sete anos e meio e que o próprio Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirma que a participação de estatais na economia brasileira não parou de crescer nos últimos anos.

Na avaliação do senador, sob o ponto de vista estritamente econômico a estatização limita a competitividade, inibe a produtividade e atrapalha a inovação. Antonio Carlos Junior destacou opinião do professor de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Gonçalves, publicada pelo jornal O Globo, de que pior do que o aumento do número de estatais é a ingerência política desencadeada nessas empresas.

- Os exemplos de aparelhamento político no governo Lula se sucedem e estão aí, à vista de todos, para corroborar as teses daqueles que criticam a estatização desenfreada. Os Correios, de empresa exemplar tem se transformado em exemplo de ineficiência e afunda, vagarosamente, vítima do loteamento político de seus cargos - afirmou Antonio Carlos Junior.

Até a Receita Federal, acrescentou o senador, se comportou como anexo de comitês eleitorais ao quebrar ilegalmente o sigilo de contribuintes. O mesmo teria ocorrido com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, nos recentes casos dos aloprados e do caseiro Francenildo Santos Costa.

Antonio Carlos Junior também alertou para o fato de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estar sendo utilizado pelo governo como um orçamento paralelo. Ele comparou que a instituição já desembolsa mais recursos do que o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), juntos. O senador reclamou da falta de transparência na concessão dos financiamentos concedidos, na maioria dos casos, a grandes empresas.



14/07/2010

Agência Senado


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