Antonio Carlos Júnior critica Lula por incluir no PAC projetos de governos anteriores como se fossem seus



O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), em discurso nesta quarta-feira (11), fez críticas ao governo federal por dar uma "falsa musculatura" ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apropriando-se de projetos de governos anteriores e cumprindo bem menos que o prometido, com contingenciamento de recursos.

Lançado em 2007, o PAC prometia investimentos de R$ 504 bilhões em obras de infraestrutura até 2010. Mas, segundo o senador, grande parte do que o governo anunciava como um novo programa de desenvolvimento nacional, na verdade, era uma reunião de projetos já existentes, alguns em andamento, inclusive do governo anterior, de iniciativas estatais, paraestatais e privadas.

Segundo o senador, no primeiro governo Lula, os investimentos em obras do PAC somaram R$ 15,2 bilhões, montante reduzido em 3,7% em 2008, com liberação não ultrapassando R$ 14,6 bilhões. O parlamentar citou dados publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo que avaliou 75 projetos de logística, energia e transportes urbanos, mostrando que 62% desses empreendimentos apresentavam atraso em seus cronogramas.

Antonio Carlos Júnior também criticou o fato de o governo citar várias realizações estatais como parte do PAC, desde os R$ 76 bilhões destinados à aquisição da casa própria, a maior parte financiados com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ele também criticou o fato de o presidente ter atribuído ao PAC o elevado índice de reeleições verificado no último pleito municipal, conforme teria afirmado em evento de prefeitos realizado esta semana em Brasília.

- Mais do que apropriação indébita, despropositada, parece-me que o presidente teria cometido um ato falho, ao admitir que o programa visaria as eleições - afirmou.

Outra apropriação apontada pelo senador foi a Usina Hidrelétrica de São Salvador, em Tocantins,recentemente inaugurada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

- Foi prontamente contabilizada pelo governo como uma das realizações do PAC, quando, na verdade, a usina foi planejada, licitada e contratada ainda no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso - esclareceu.

Antonio Carlos Júnior disse ainda que o governo precisa gastar menos e melhor se pretende investir mais e melhor.

- Seja no PAC, ou em nova sigla que decida criar, o governo precisa conter suas despesas correntes de caráter continuado - disse.



11/02/2009

Agência Senado


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