Apartes destacam problema da seca no Nordeste



O problema da seca no Nordeste foi o tema predominante nos inúmeros apartes apresentados ao discurso do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), que deixa o Senado para assumir o Ministério da Integração Nacional. Em sua resposta, Tebet anunciou que nesta quinta-feira (dia 21) o governo federal divulgará um decreto instituindo um mutirão para combater os efeitos da seca. Ele informou que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, coordenará a aplicação dos recursos oriundos do Ministério da Integração Nacional, da Saúde e da Educação em soluções práticas como a instituição do programa bolsa-escola nas áreas atingidas.

O anúncio foi feito em resposta ao aparte feito pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que lembrou que problemas com enchentes e seca têm levado milhões de brasileiros ao flagelo, situação que a seu ver só será superada com a criação de um sistema permanente para garantir renda mínima a todos os brasileiros. O senador parabenizou Tebet pelo novo cargo e disse acreditar em seu sucesso, dados o equilíbrio e preocupação ética demonstrados na sua atuação à frente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) pediu ao futuro ministro que analise o projeto de transposição de águas do Rio São Francisco. Para Valadares, o importante é cuidar da revitalização desse rio, que estaria hoje debilitado pela profusão de usinas hidrelétricas, com erosão nas margens e trechos que não podem mais ser navegados. Tebet respondeu que considera imprescindível cuidar das erosões e revitalizar o rio São Francisco. Quanto à transposição de suas águas, Tebet afirmou que vai ouvir a sociedade, especialmente seus representantes no Senado.

Já para Nova da Costa (PMDB-AP), a nomeação de Ramez Tebet é uma esperança de que o trabalho de integração nacional será revitalizado. A experiência de Tebet à frente da antiga Superintendência do Centro-Oeste (Sudeco) e no Senado vai contribuir para minorar os desequilíbrios regionais, segundo o senador pelo Amapá.

Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) transmitiu a confiança de seus companheiros do partido e do estado de Mato Grosso do Sul de que Ramez Tebet prestará um grande serviço em favor dos desassistidos de todas as regiões brasileiras. "É uma alegria ver um filho do Mato Grosso do Sul assumindo um ministério. Ramez Tebet tem o coração da solidariedade e fará o melhor trabalho possível". Juvêncio disse ainda acreditar que o suplente Pedro Ubirajara irá substituir Tebet à altura.

Lúdio Coelho (PSDB-MS) afirmou que o presidente da República acertou na escolha, uma vez que Ramez Tebet tem grande preocupação com o aprimoramento da administração pública e terá oportunidade de praticar o que acredita. Lúdio Coelho defendeu a adoção de medidas para enfrentar o problema da seca no Nordeste porque, segundo disse, "é inadmissível que em pleno século XXI irmãos nossos não tenham água para beber".

José Alencar (PMDB-MG) garantiu a Tebet o apoio dos senadores de Minas à sua gestão, ressaltando que seu estado tem uma grande parte de seu território na área da antiga Superintendência do Desenvolvimento Nordeste (Sudene), que é sua área menos favorecida. José Alencar sugeriu que seja estudada a viabilidade técnica de se transferir água da Bacia Amazônica para a revitalização do Rio São Francisco.

Sérgio Machado (PSDB-CE) manifestou sua confiança no bom senso de Tebet para conduzir a luta para mudar estruturalmente o Brasil e disse contar com a coragem e determinação do novo ministro para que questões como as relativas à seca tornem-se coisas do passado.

Alberto Silva (PMDB-PI) afirmou que 120 mil lavradores de seu estado perderam todo o plantio e estão vivendo de cesta básica distribuída pelo governo, informando que levará a Tebet um projeto que propõe incentivo para o plantio de mamona, para transformação em óleo combustível. Segundo disse, a mamona enfrenta bem a seca e pode ser uma forma de garantir renda para o Nordeste.

A senadora Heloisa Helena (PT-AL) ressaltou não acreditar no atual governo mas, em respeito a Tebet, apelou para que o novo ministro defenda a suspensão imediata de todas as execuções do Banco do Nordeste, a modificação do cálculo do estoque da dívida e a exclusão do Nordeste do programa de racionamento de energia.

19/06/2001

Agência Senado


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