ARRUDA ACUSA BRIZOLA DE LEVIANO POR DECLARAÇÕES SOBRE FHC
O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), acusou o ex-governador Leonel Brizola de "ter cometido leviandades" contra o presidente Fernando Henrique Cardoso no programa partidário gratuito do PDT, que foi ao ar no rádio e na televisão, no último fim de semana.- Com suas leviandades, Leonel Brizola agrediu a democracia e ofendeu sua própria biografia de homem público. Minha geração tinha Brizola como um idealista, mas seus ataques grosseiros e levianos e suas insinuações primárias contra a figura do presidente da República jogam por terra sua própria imagem de homem público - afirmou. Arruda afirmou que as insinuações de Brizola no programa do partido "estão no mesmo nível de insinuações que se pode fazer ao questionar o que o ex-governador teria feito com o dinheiro que recebeu de Cuba: se entregou ao partido ou se comprou uma fazenda no Uruguai". Para o líder do governo no Senado, Leonel Brizola também agrediu o Congresso, pois foram os deputados e senadores que aprovaram a emenda constitucional que permitiu a reeleição de presidente, governadores e prefeitos.Em aparte, o líder do PDT no Senado, Sebastião Rocha, destacou o passado político de Brizola, mas admitiu que o ex-governador não consultou o partido sobre o que iria declarar no programa de rádio e televisão. Informou que levaria a Brizola as manifestações de inconformismo do líder governista.Também em aparte, o senador Antero de Barros (PSDB-MT) lembrou que o PDT, durante as votações da constituinte de 88, apoiou a tese da reeleição e disse que isso demonstra "a incoerência do partido". Já o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) lembrou "as manobras" do governo para aprovar na Câmara a emenda da reeleição. "A Folha de S. Paulo chegou a publicar fitas de conversas sobre pagamento de voto pela reeleição e as oposições queriam uma CPI. O governo não quis a investigação, por temer que isso acabasse impedindo a votação da emenda da reeleição", disse.O senador Ademir Andrade (PSB-PA) criticou a reeleição como foi aprovada no Brasil, por permitir que o presidente fique no cargo para concorrer, enquanto seu ministro deve deixar o cargo.O senador Romeu Tuma (PFL-SP) lamentou o fato, dizendo que os jovens que vêem um político agredir violentamente a figura do presidente da República pela televisão "passam a achar que isso é normal, mesmo que as agressões não tenham fundamento".
17/04/2000
Agência Senado
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