ARRUDA CRITICA AÇÕES DO MOVIMENTO DOS SEM-TERRA



O líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), protestou contra as recentes ações do movimento dos trabalhadores sem-terra que qualificou como "atentatórias à democracia e ao estado de direito". Para ele, essas ações não contam com o apoio da sociedade e abrem precedentes perigosos para as instituições democráticas.
- O MST deveria trabalhar para melhorar os programas de reforma agrária já implantados pelo governo e não contra a estrutura que lhe garantiu a própria existência, que é a democracia. Aquele que deseja exercer a liberdade por meio da radicalização de suas ações deve parar e fazer uma reflexão - recomendou o senador.
Ele listou os programas de reforma agrária já implementados pelo governo destacando o fato de que apenas nos últimos cinco anos foram assentadas mais de 400 mil famílias em cerca de 22 milhões de hectares de terra. Isso corresponde à área da Bélgica, Áustria, Holanda e Portugal juntos, informou Arruda.
O senador também criticou o artigo do jornalista Carlos Chagas, publicado esta semana, em que o autor pede a renúncia do presidente Fernando Henrique Cardoso em função dos recentes acontecimentos do cenário político nacional, inclusive os episódios relacionados com a questão agrária.
- Quem prega esse tipo de atitude conspira contra a democracia e a liberdade e eu protesto veementemente contra qualquer tentativa de golpe neste sentido - afirmou o senador. Ele recebeu apoio, em aparte, dos senadores José Fogaça (PMDB-RS) e de Romero Jucá (PSDB-RR), que também consideraram um equívoco as colocações feitas pelo jornalista.
Jucá observou que o governo vem atuando para fortalecer o processo de reforma agrária. "Tanto é assim que nós aprovamos, recentemente, reforços nas dotações orçamentárias para esse fim. Existem trincheiras que devem ser encampadas para melhorar esse processo e o MST terá que optar entre ajudar a melhorar os programas ou partir para o caminho das guerrilhas e da violência que já está provado não ser eficiente".
José Roberto Arruda ainda recebeu aparte favorável do senador Geraldo Melo (PSDB-RN) que criticou a atuação do MST e disse que não aceita o argumento dos ativistas do movimento que descumprem a lei porque outros assim o fazem.

05/05/2000

Agência Senado


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