Arruda garante não ter tido participação no episódio da lista de votação



O líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF), afirmou nesta terça-feira (dia 17), em plenário, não ter tido qualquer participação no episódio da violação dos votos secretos do painel eletrônico, por ocasião da cassação do senador Luiz Estevão. "Não pedi a lista dos votantes, não vi tal lista e sequer fui informado de sua existência na ocasião", garantiu.

Arruda tomou a iniciativa de esclarecer os senadores por ter sido informado de que o depoimento escrito da ex-diretora do Prodasen Regina Borges especificava ter sido justamente ele o autor da solicitação para a confecção da lista com os votos secretos, em nome do então presidente da Casa, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

O senador pelo DF desafiou qualquer pessoa a provar sua interferência no episódio. Ele confirmou conhecer Regina Borges, tendo dela as melhores referências. Arruda destacou, ainda, não ter idéia do motivo de seu nome ter sido envolvido nessa questão e garantiu que o senador Antonio Carlos jamais o procurou para obter a lista e sequer comentou com ele uma possível violação dos votos secretos.

Arruda conclamou os senadores a acabarem, de vez, com o instituto do voto secreto. "Vamos ver se esta Casa, diante de tanta controvérsia, tem a coragem de abolir o voto secreto", disse. Para o líder, o eleitor precisa do sigilo para garantir sua liberdade de votar, mas o senador, ao contrário, tem o dever de revelar aos seus eleitores o teor de suas posições e de seus votos.

O senador disse ter participado de muitas discussões sobre a natureza dos votos de senadores nessa e naquela votação secreta, mas observou que foi sempre um debate de adivinhação, de dedução sobre o teor dos votos, diante de posições conhecidas desse ou daquele senador. "Isso é cabalmente diferente das acusações de alguém ter tido acesso a uma lista de computador com os nomes e votos secretos", concluiu.

17/04/2001

Agência Senado


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