ARRUDA INTERPRETA ATO COMO CONFISSÃO DE CULPA



"A opção que o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes fez foi sair de uma investigação parlamentar onde ele era testemunha, para passar a ser diretamente indiciado em um processo penal. A princípio me parece uma confissão de culpa". Esta foi a opinião externada nesta segunda-feira (dia 26) pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), vice-presidente da CPI que está investigando denúncias de irregularidades no sistema financeiro, logo após a reunião que culminou com a prisão do economista.- Francisco Lopes não deporá mais na CPI. Ele teve duas oportunidade e perdeu as duas. Por ter desrespeitado os artigos 206 e 342 do Código Penal, passou a ser réu. O flagrante foi feito e o processo aberto. Se vai ficar preso ou não, isto é da competência da Justiça - analisou José Roberto Arruda.Segundo o senador pelo Distrito Federal, Francisco Lopes cometeu dois crimes: o primeiro foi obstruir o trabalho de uma comissão com autoridade judicial para investigar (a CPI), e ou outro foi ter se recusado a assinar o termo de compromisso sobre as declarações que iria prestar. No entendimento do senador, o ex-presidente do Banco Central tentou ridicularizar a competência de investigação do Congresso Nacional.José Roberto Arruda elogiou a posição tomada pelo presidente da CPI, senador Bello Parga (PFL-MA), em determinar a prisão de Francisco Lopes. O senador disse que repudiava a atitude do economista, que considerou "um desrespeito". Ele considerou que, ao não depor, o ex-presidente do Banco Central negou-se a dar esclarecimentos que o Senado considerava importantes, sobre questões técnicas que ocorreram no momento das mudanças no câmbio brasileiro.Todos os requerimentos que foram apresentados à Mesa, inclusive o que pede a quebra de sigilo bancário de Francisco Lopes, serão apreciados, conforme informou José Roberto Arruda. Ele explicou que a CPI continuará ouvindo pessoas que estejam dispostas a contribuir para o esclarecimento das denúncias de irregularidades do sistema financeiro e que, ao final das apurações, o relator, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), encaminhará seu relatório à Justiça e ao Ministério Público.

26/04/1999

Agência Senado


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