Arthur Virgílio adverte para risco de mudança de rota na economia



O líder do PSDBno Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), advertiu o governo, nesta quinta-feira (20), de que as declarações sobre prováveis mudanças na condução da economia podem sugerir menor compromisso com o ajuste fiscal e com o combate à inflação, o que irá desfazer a impressão boa que o governo deixou ao não virar o país de cabeça para baixo.

- Quero fazer um alerta ao governo para esse jargão de que vai mudar a rota, porque não vai mudar rota nenhuma - acrescentou, dizendo que sabem disso o ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o atual, Antônio Palocci, o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o atual, Henrique Meirelles.

Arthur Virgílio disse que o governo Lula se debate em contradições, tem que dar demonstrações aos mercados diariamente de que é responsável e peca em anunciar que haverá mudanças na política econômica -na tentativa de apaziguar seus ânimos internos-.

O líder do PSDB considerou louvável a busca, pelo governo, de uma inflação baixa, de superávits primários e de respeitabilidade internacional, mas observou que nem sempre isso gera popularidade. Segundo o senador, o governo Lula passará por um teste - o de ter persistência para manter o rumo da economia, não cedendo a apelos populistas.

A fixação da taxa básica de juros em 26,5% foi comentada por Arthur Virgílio. Ele disse sempre ter entendido que o governo teria uma margem muito pequena para não aumentar os juros e que Meirelles -sabe muito bem o que faz-. Mas declarou que, se o favoritismo eleitoral tivesse recaído sobre um candidato à presidência da República identificado com a continuidade da política econômica, -não teria havido inquietação nem deterioração dos fundamentos da economia- e talvez não fosse necessário o aumento dos juros.

O senador aproveitou para pedir a transcrição, nos Anais do Senado, de entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao jornal francês Le Monde .

Desemprego

O líder do PSDB afirmou, em outro trecho de seu discurso, que o partido apoiará urgência para aprovação do projeto de autoria do deputado Paulo Rocha (PT-PA) e do então deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) - atual líder do governo no Senado -, ampliando o prazo de concessão do seguro-desemprego, caso o governo Lula entenda que deva prestigiar a proposição.

- O PSDB assina a urgência, ou ouvirá, com muito respeito, uma retratação, um mea culpa, algo que a esquerda sempre usou para melhorar a sua visão do mundo: a autocrítica - disse Arthur Virgílio, destacando que não se deve propor coisas absurdas porque -o feitiço pode virar contra o feiticeiro-.




20/02/2003

Agência Senado


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