Arthur Virgílio alerta para risco de crise fiscal no próximo governo



O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), previu nesta quarta-feira (24) que o governo não terá como evitar uma crise fiscal, a curto prazo, se não for capaz de frear seus gastos públicos. Essa crise, conforme o senador, se produz por meio da deterioração das contas públicas porque os gastos correntes crescem em torno de 8% a 10% ao ano, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu, ano passado, apenas 2,3%.

- O próximo governo, seja ele quem for, vai viver uma crise fiscal se não forem tomadas providências agora no ano de eleição, que é um ano pouco propício para que um governo populista se corrija - advertiu.

A redução da liquidez internacional e o crescimento dos juros nos Estados Unidos, que deverão passar de 5% para 5,25% ou até 5,5%, combinados com o excesso de gastos públicos foram apontados pelo senador como possíveis agravantes da crise fiscal.

De acordo com Arthur Virgílio, a possibilidade dessa crise ocorrer no próximo quadriênio aumenta à medida que o ajuste fiscal praticado pelo governo se resume a um aumento de carga tributária e a cortes de investimentos. O Executivo, disse o senador, contribui para a desorganização dos seusgastos porque utiliza métodos impróprios, como a contratação de pessoal "pela portinhola escusa da nomeação apadrinhada."

A redução do superávit primário para 4,1% do PIB e o aumento do contingenciamento de recursos em certos setores, como na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), onde o corte subiu de R$ 400 milhões, ano passado, para R$ 600 milhões este ano, representa, conforme Arthur Virgílio, uma tentativa de o governo dar resposta aos seus gastos crescentes, enquanto os investimentos públicos são os mais baixos desde o período Collor.

- Tem perigo à vista para a nação brasileira. Que cumpra aos homens de responsabilidade se alertarem para isso porque a eleição transtorna a cabeça do presidente e a cabeça transtornada do presidente ameaça a economia que poderá ser gerida por ele, se se reeleger, ou prejudicará o governo de Alckmin, Pedro Simon ou quem for eleito - alertou.

O líder do PSDB também chamou a atenção para a possibilidade de que o governo venha a querer se aproveitar do bom desempenho da economia, que no primeiro trimestre cresceu em trono de 1,4%, para passar a idéia de que o país vem avançando a 6% ao ano. No entanto, dificilmente esta possibilidade poderá se tornar real, avalia, se persistir o quadro de volatilidade que ameaça a economia internacional.

Pesquisa eleitoral

Na avaliação de Artur Virgílio, os resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta quarta-feira (24), que apontam a vitória do presidente Lula já no primeiro turno das eleições, com cerca de 40% de preferência do eleitorado, traduzem um quadro mais favorável para a oposição do que pode aparentar. Segundo ele, a vantagem de Lula é muito pequena para o PT já se considerar vencedor.

Os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Jefferson Péres (PDT-AM), Marcos Guerra (PSDB-ES), Sibá Machado (PT-AC), Mão Santa (PMDB-PI), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Tião Viana (PT-AC), Eduardo Suplicy (PT-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR) eFlexa Ribeiro (PSDB-PR) apartearam Arthur Virgílio.

24/05/2006

Agência Senado


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