Arthur Virgílio pede mais cientistas na região amazônica
Ao registrar a publicação de matéria pelo jornal O Estado de S. Paulo, na edição de 14 de setembro, traçando uma ampla radiografia da Amazônia, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) advertiu que o Brasil somente poderá usufruir das riquezas da floresta amazônica se investir mais em pesquisa e fixar cientistas naquela região. A matéria do jornal vai no mesmo sentido e destaca que o trabalho do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) poderia ser mais produtivo se pudesse contar com um número maior de pesquisadores.
Arthur Virgílio disse, citando a reportagem, que o biólogo americano Charles Clement, do Inpa, que mora há 26 anos na região, reclama da falta de recursos e de apoio, além do reduzido número de técnicos. O biólogo também informa que a Amazônia, apesar de representar 60% da área territorial do Brasil, é responsável por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e não recebe investimentos em ciência e tecnologia na mesma proporção.
- Chega a ser vergonhoso, mas a grande verdade é que na Amazônia são feitos investimentos mínimos, que correspondem a apenas 2% do total investido no país. Para chamar a atenção para tão desconcertante situação, Clemente usa uma expressão figurativa, ao dizer que "a Amazônia é colônia do Brasil", pois não recebe os investimentos federais a que faz jus e que, normalmente, deveriam ser promovidos - afirmou Arthur Virgílio.
Segundo o senador pelo Amazonas, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) alega que a situação melhorou um pouco no ano passado, quando houve uma elevação no percentual de investimentos da União na região. Porém, completou, essa melhora significou quase nada, já que o aumento foi de 2% para 4%.
Quanto ao número de pesquisadores, Arthur Virgílio informou que estatísticas do CNPq apontam que o Norte do Brasil abriga apenas 2.591 dos cerca de 60 mil pesquisadores nacionais. Apenas 1.152 cientistas que atuam na Amazônia são doutores. Interpretando estes números, o senador explicou que na região há um doutor para cada 3 mil quilômetros quadrados, enquanto a média brasileira, incluindo o Nordeste e o Centro-Oeste, regiões onde também existem poucos pesquisadores, é de um doutor para cada 90 quilômetros quadrados.
19/09/2003
Agência Senado
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