Arthur Virgílio diz que PSDB "fará o impossível" para impedir criação da TV do Executivo



O PSDB "fará o impossível" para impedir que o governo federal implante a Rede Nacional de Televisão Pública. O aviso foi dado nesta quinta-feira (15) pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que alertou sobre a possibilidade de se repetir no Brasil a experiência hoje vivida na Venezuela: "uma TV estatal que serve de palanque a um governante tresloucado que malbarata um recurso não renovável do país para sustentar seu poder".

Na avaliação do senador pelo Amazonas, TV pública mais populismo, mais plebiscito para subtrair prerrogativas do Congresso é igual a menos liberdade, mais autoritarismo e mais intervencionismo sobre a vida das pessoas, empresas e trabalhadores. Arthur Virgílio pediu ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, a quem classificou de democrata, que faça uma autocrítica e reveja sua posição de defender a rede pública de televisão.

- Jamais concederia essa televisão somente imaginando que o presidente Lula, porventura, não fizesse mal uso dela. Até porque, digamos que ele seja um santo do ponto de vista do respeito à democracia. Pode vir depois dele um diabinho, ou ele próprio pode mudar de status, pode descer um pouco e se transmudar em diabinho supondo que pudesse ser um santo. Ou seja: democracia, para mim, é algo intocável, é algo que não pode sofrer o menor arranhão - afirmou Arthur Virgílio.

Em aparte, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) concordou que a implantação de uma TV do Executivo, somada a outras iniciativas do governo Lula, representa uma preocupação para o país. Já o senador José Agripino (PFL-RN) lembrou que o governo federal já dispõe da Radiobrás (Empresa Brasileira de Radiodifusão) e pode convocar cadeia de rádio ou de televisão quando quiser para o presidente da República ou qualquer ministro quando tiver algo relevante a comunicar ao país.

- Para que o Executivo quer uma emissora de TV? Vamos ser pragmáticos e francos: só se for para praticar marketing. E nesse caso a conversa é diferente e o debate vai acontecer nesse viés, no sentido do uso de dinheiro público para beneficiar alguém, um presidente da República ou uma instituição - disse o senador potiguar.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) declarou lamentar a possibilidade de o presidente Lula estar seguindo a cartilha do "hermano" Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Por outro lado, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) convidou Virgílio, Agripino, Tasso e Flexa a esclarecerem suas dúvidas na reunião que a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicações e Informática (CTT) promoverá com o ministro Hélio Costa para debater a implantação da rede pública de televisão.



15/03/2007

Agência Senado


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