Arthur Virgílio exige punição para responsáveis por naufrágios na Amazônia
Ao ler nomes e idades de algumas das quase 30 vítimas fatais do recente naufrágio no Rio Solimões, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) lamentou a perda desnecessária dessas vidas e exigiu a punição dos responsáveis. Ele recordou que, em fevereiro deste ano outras 13 pessoas também faleceram devido a outro naufrágio, no Rio Amazonas. O senador informou que recorrerá ao Ministério Público Federal (MPF) pedindo "apuração irrestrita" das responsabilidades.
- A tragédia se repete pela irresponsabilidade e pelo descaso público. Ambos aconteceram na madrugada, ambos acidentes que poderiam ter sido evitados - disse o senador, classificando como negligentes os pilotos das embarcações, empresários de navegação marítima e órgãos fiscalizadores do poder público.
Arthur Virgílio lembrou que o barco Almirante Monteiro naufragou em fevereiro, no Rio Amazonas, ao chocar-se contra outra embarcação. Agora, explicou, o barco Comandante Sales naufragou no Rio Solimões, perto da cidade de Manacapuru, tragédia que surpreendeu a população amazonense, completou o senador. Em ambos os casos, disse Arthur Virgílio, o excesso de lotação foi evidente.
- Eram todas pessoas simples que se deslocavam para o trabalho, ou na volta do lazer, pelo único meio de transporte ao alcance. Até quando? Por que cenas como essas continuam ocorrendo? - lamentou.
De acordo com o senador, o 9º Distrito Naval informou em nota, sobre o acidente no Solimões, que "a embarcação deveria estar apreendida por falta de documentação exigida". O Comandante Sales, acrescentou Arthur Virgílio, já havia sido apreendido em janeiro de 2008 por não ter tripulação habilitada, ou seja, não poderia estar navegando.
- É numa hora dessas que percebemos que há mais de um Brasil, e que o Brasil delegado aos meus concidadãos, aos meus conterrâneos amazonenses, é um Brasil de menor peso, aos olhos das autoridades, de menor valor, aos olhos dos brasileiros que comandam este país, do que o peso que conferem aos brasileiros mais ricos, que ainda conseguem se abrigar da insegurança pública nas suas fortalezas. E não há fortaleza que abrigue os amazonenses, que perecem estupidamente, em mortes desnecessárias, descabidas, nesses acidentes que se repetem a cada instante - indignou-se.
06/05/2008
Agência Senado
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