Arthur Virgílio: governo quer proteger Meirelles de processo por crime comum



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o objetivo do governo ao dar ao presidente do Banco Central o status de ministro é impedir que Henrique Meirelles seja processado por crimes comuns que cometeu e não por ações adotadas no exercício do cargo. Por isso ele afirmou que considera ilegítima a medida provisória (MP 207/04) que deu foro privilegiado ao presidente do BC.

De acordo com Virgílio, Meirelles é acusado de transações com doleiros e de negociação ilegal com imóveis. Isso torna claro que a MP não possui os pressupostos de relevância e urgência para ser editada. Antes, a medida é o que o líder do PSDB chamou de "casuísmo".

- Estamos diante de um strip tease moral - disse Virgílio, assegurando que votaria a favor de uma mudança de status proposta por outro instrumento que não o da MP, uma vez que, no mérito, a idéia de dar foro privilegiado ao cargo de presidente do BC é correta.

"PT sempre foi favorável a foro privilegiado"

O líder do PSDB, senador Artur Virgílio Neto (AM), leu trechos de uma votação realizada em 2002, sobre matéria que criava o foro privilegiado para ex-presidentes da República e na qual o então senador José Eduardo Dutra, do PT, votava a favor.

- Isso mostra que o PT há muito tempo é favorável ao foro privilegiado, à exceção do senador Eduardo Suplicy, que encaminhou voto contrário - disse Arthur Virgílio.

Em resposta, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse que é contra o foro privilegiado e que vai lutar nos seis anos que lhe restam de mandato contra esse instituto.

- Sou contra porque muitos se escondem atrás do foro privilegiado, nos três poderes. É preciso que se acabe com a impunidade no país - disse Serys, que no entanto anunciou que votaria favoravelmente à medida provisória que concede status de ministro ao presidente do Banco Central.

 

08/12/2004

Agência Senado


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