Arthur Virgílio critica filiações partidárias de Amorim e Meirelles



Em discurso nesta terça-feira (6), o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) considerou inadequadas as decisões do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, e do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de se filiarem a partidos políticos. Meirelles filiou-se ao PMDB e Amorim se registrou no PT. Para o senador, os gestos são "descabidos" e inapropriados para figuras públicas que ocupam cargos de destaque no governo federal.

Arthur Virgílio disse que costuma apoiar as medidas do presidente do BC, por entender que Meirelles é um bom presidente para a instituição. Segundo ele, o economista tem "cumprido o competente papel de guardião da moeda brasileira" e assim deve continuar. A filiação partidária deMeirelles pode, inclusive, avaliou o parlamentar, ser utilizada como argumento aos que forem criticar a política financeira adotada pelo banco.

- O Banco Central perde na sua majestade, perde na sua autoridade. Amanhã, se aumentam juros - vai ter prejuízo político. Se não aumentam juros, vão dizer que ele baixou juros porque é candidato a alguma coisa no pleito de 2010 - declarou.

Já sobre o ingresso de Celso Amorim no PT, Arthur Virgílio afirmou que a iniciativa quebra um paradigma na história recente da diplomacia do país, pois desde 1989 para cá - classificada por ele como "fase definitiva de afirmação da democracia brasileira" -, nenhum dos chanceleres brasileiros foi ligado a partidos políticos. Na visão do senador, a atitude explica inclusive as recentes ações "ideologizadas" da política externa brasileira adotada em Honduras.

- Considero duas atitudes inadequadas, que não compõem com a moderna democracia brasileira, não rendendo bons frutos, porque colocam sob suspeição os atos e os gestos que essas duas figuras chaves da democracia brasileira poderão vir a adotar - analisou Arthur Virgílio.

Olimpíadas 2016

O senador aproveitou para manifestar sua satisfação com o anúncio de que as Olimpíadas de 2016 serão realizadas no Brasil, contando que ficou emocionado com a decisão. Ao mesmo tempo, avaliou, os governantes precisam estar atentos à realidade expressa nos recentes resultados da Organização das Nações Unidas que colocam o Brasil na 75ª posição mundial em Índice de Desenvolvimento Humano.

Para ele, esse resultado é uma mostra de que a economia do país ainda tem fragilidades, especialmente por causa de uma má política fiscal gerida pelo governo.



06/10/2009

Agência Senado


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