Arthur Virgílio pede que PMDB confirme ou negue se pretende processá-lo no Conselho de Ética



"Tenho a impressão de que é hora de o PMDB dizer uma das duas coisas: ou que se acha com toda essa autoridade, com todo esse direito para fazer isso, ou que desminta de uma vez por todas esse absurdo, porque é uma atitude grotesca eu me imaginar processado pelo PMDB". A afirmação foi feita pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ao comentar nota publicada neste domingo (5), na coluna "Painel" da Folha de S. Paulo.

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A nota, assinada pela jornalista Renata Lo Prete, informa que senadores ligados a Renan Calheiros (PMDB-AL) e ao presidente José Sarney (PMDB-AP) estariam analisando a possibilidade de representar no Conselho de Ética contra Arthur Virgílio. O senador pelo Amazonas disse que telefonou para Renan Calheiros e que este teria negado "peremptoriamente" qualquer iniciativa neste sentido.

Arthur Virgílio, que aguardou a chegada de senadores do PMDB para iniciar seu pronunciamento, explicou mais uma vez que para resolver uma situação imprevista, fruto do bloqueio de seus cartões de crédito, precisou recorrer a um amigo. Este amigo é quem teria solicitado o dinheiro ao ex-diretor-geral do Senado Agaciel da Silva Maia. Arthur Virgílio disse ainda que o episódio comprova que, "em um país onde a corrupção é lugar comum", ele não tem conta no exterior.

- Perde tempo estupidamente, burramente quem imaginar que vai quebrar minha espinha dorsal, porque isso é impossível, ninguém quebra. Não quebraram antes e não vão quebrar amanhã. Hoje, então, nem se fala - afirmou Arthur Virgílio.

Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse que tem se reunido constantemente com os demais senadores do seu partido, inclusive com Renan Calheiros e José Sarney, e em nenhuma dessas ocasiões escutou qualquer coisa a respeito de o PMDB representar contra Arthur Virgílio no Conselho de Ética. Ele alertou para a quantidade de informações que são veiculadas através da imprensa carecendo de veracidade mas que "provocam um rebuliço danado".

Na mesma linha, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) declarou que o seu partido está procurando solucionar os próprios problemas e não tem interesse em processar Arthur Virgílio no Conselho de Ética. Wellington Salgado também reclamou do fato de Arthur Virgílio constantemente ocupar a tribuna e citar o PMDB. Arthur Virgílio argumentou que não admite limitações ao seu mandato e que continuará citando qualquer partido sempre que julgar necessário.

Já a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) testemunhou que durante toda a vida política de Arthur Virgílio nunca ouviu falar que ele pudesse ser taxado de um homem corrupto. Ao contrário, ela classificou o líder do seu partido como um político combativo, lutador e que mantém a palavra. Marisa afirmou que o passado do parlamentar e as suas explicações são suficientes para que ela continue se orgulhando dele.

Por sua vez, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) declarou que tem fé na boa fé e na qualidade de cidadão e de ser humano de Arthur Virgílio. Ele assinalou que todos os esclarecimentos necessários já foram dados e que as pessoas responsáveis e equilibradas já estão satisfeitas com as explicações. Papaléo também expressou sua solidariedade ao colega de partido.

Por fim, o senador Jefferson Praia (PDT-AM) citou resultado de pesquisa realizada pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado, divulgada no site da Instituição, segundo o qual metade das 1.277 pessoas ouvidas pelo telefone elegeram como o maior problema da instituição a corrupção. O resultado da pesquisa, observou Jefferson Praia, demonstra que Arthur Virgílio está no caminho certo quando aborda a questão em seus pronunciamentos.

Roberto Homem / Agência Senado



06/07/2009

Agência Senado


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